Preço de combustível é assunto de governo, afirma presidente da Petrobras

O tema dos preços dos combustíveis, para ele, não deve ser tratado pela Petrobras, mas pelo governo e suas autarquias

Por: Estadão Conteúdo  -  30/01/23  -  11:52
 Ele também voltou a defender investimentos para aumentar a capacidade de refino da Petrobras
Ele também voltou a defender investimentos para aumentar a capacidade de refino da Petrobras   Foto: Reprodução/Pixabay

O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta segunda-feira, 30, que preço de combustíveis é um assunto de governo. Ele falou no workshop mundial do Programa de Aceleração do Empreendedorismo Regional (REAP) do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que acontece nesta segunda-feira, 30, no Rio.


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A declaração vem em linha com o que Prates afirmava ainda antes da posse. O tema dos preços dos combustíveis, para ele, não deve ser tratado pela Petrobras, mas pelo governo e suas autarquias, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


Ainda assim, Prates é defensor de uma solução dupla, que passa pela criação de um fundo de estabilização de preços e pelo aumento da capacidade de refino da estatal.


Indicações


Questionado por jornalistas, Prates disse que os novos nomes do Conselho de Administração (CA) e de sua diretoria executiva serão conhecidos ainda esta semana. Todos esse nomes terão ainda de passar pelo crivo interno da estatal e do atual CA.


"Há ainda uma outra dúvida, mas, de hoje para a amanhã, eu devo definir os nomes", afirmou Prates.


Ele disse, ainda, que a diretoria da Transição Energética será construída em um segundo momento, só depois da nomeação dos indicados para a estrutura que já existe, com oito diretorias. "Agora vamos ocupar os espaços que já existem", afirmou o ex-senador.


A criação dessa nova diretoria de Transição Energética foi antecipada, na semana passada, pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O nome mais cotado para assumi-la é o do professor e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim.


Segundo Prates, uma cerimônia de posse só deve acontecer quando todos os nomes foram aprovados pela companhia nas instâncias necessárias.


P&D e inovação


O novo presidente da Petrobras disse ainda nesta segunda-feira que atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação devem estar "entranhadas" à atividade fim de empresas de energia. Ele afirmou que a Petrobras "está dentro" de iniciativas nesse sentido, capazes de tornar o Rio de Janeiro um hub de inovação em sustentabilidade.


Pela primeira vez no Brasil, o evento do qual Prates participou aconteceu no Museu do Amanhã, no centro do Rio. "Nós estamos dentro de iniciativas de inovação. O Rio tem tudo para ser a capital de energia do Brasil", disse.


Ele acrescentou que a Petrobras tem um enorme desafio na área de inovação dedicada a descarbonizar suas atividades.


Prates fez um breve perfil do ecosssitema de inovação da Petrobras com destaque para o Cenpes, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa sediado no Rio, com mais de 10 mil pesquisadores espalhados em mais de 100 laboratórios.


Ele destacou o programa "Petrobras Conexão Futuro", que teria cerca de 60 convênios e cerca de R$ 140 milhões em investimentos Esse monetante, prorém, foi definido por Prates como "microscópico" no universo Petrobras. Com isso, o novo presidente da companhia indica a intenção de escalar investimentos nessa frente.


Prates lembrou que as principais atividades da empresa se desenvolvem na costa do Rio de Janeiro e que, portanto, deve haver esforços relacionados ao estado, para além dos royalties, que definiu como uma indenização a gerações futuras pelo uso de recursos não renováveis. "Estamos trabalhando para os nossos filhos e netos", disse.


Ele defendeu, ainda, parcerias com empresas de outros países em nome da inovação, sem o temor de que tomem vantagem do Brasil.


"Precisamos trocar informações sem ser subservientes ou refratários, como se os outros quisessem impor as coisas, como se esse tipo de parceria fosse perigosa", disse Jean Paul Prates



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