Onde investir: Peneira de fundos

Primeiro é preciso identificar os segmentos de fundos mais interessantes e o nível de risco

Por: Marcelo Santos  -  31/01/21  -  01:37
Renda com dividendos.
Renda com dividendos.   Foto: Adobestock

Os fundos de investimentos são uma ótima alternativa para o poupador que deixa a caderneta ou aquele que tem dificuldades de encontrar as melhores opções para seu dinheiro. Para não depender apenas das indicações do gerente da conta, o investidor pode fazer uma peneira para encontrar um fundo mais apropriado ao seu perfil ou pelo menos identificar uma gama de alternativas para discutir com seu banco.


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Primeiro é preciso identificar os segmentos de fundos mais interessantes e o nível de risco. Há conservadores com renda fixa, outros moderados ou mais arriscados com ações ou que mesclam vários mercados. Há inclusive fundos cambiais, imobiliários, de ouro e até com bitcoins. Considere ainda os multimercados, que, como o nome indica, atuam com vários setores.


Antes de cravar sua escolha por um segmento, faça uma diversificação. Não coloque todo seu dinheiro num só fundo por achar que assim será mais fácil acompanhar seu desempenho. Mantenha a maior parte dos seus recursos em fundos conservadores, uma porção menor nos moderados (talvez um terço do seu patrimônio) e uma menor em renda variável. Em caso de queda, a parte conservadora vai impedir a redução abrupta dos seus recursos. Não se assuste com as perdas – se você diversificou, espere o mercado se acalmar e não saque nas grandes quedas. Mesmo na pandemia, com exceção dos segmentos de viagens e turismo, muitos dos setores se recuperaram ou estão perto disso.


Fique atento às taxas de administração ou performance. Renda variável tem custos maiores, enquanto os conservadores não. Se for fundo DI, invista apenas se a taxa for zero – alguns analistas dizem que acima de 0,2% já há perda para a inflação. Para saber se uma taxa está cara ou não, basta comparar com fundos parecidos, como fundos de ações com outro de ações.


Muitos investidores olham apenas para a rentabilidade para tomar sua decisão, mas cuidado. Não se baseie nos retornos mais recentes. Observe as dos últimos cinco anos se for um fundo mais antigo. Olhe ainda como o fundo reagiu nas grandes crises, como a da pandemia ou dos governos Dilma ou Temer. Não faça nada apressado. Por exemplo, defina uma semana para fazer suas escolhas, com uma data-limite. Assim você não fica “enrolando” e nem perde oportunidades de investimento.


Comparadores de fundos


Uma forma de encontrar fundos é começar pelos comparadores. Um dos que a coluna costuma utilizar é o do Yubb. Há ainda o do Valor Investe ou o do Infomoney, site de finanças que pertence à XP. No Infomoney, você escolhe a categoria (ações, renda fixa, multimercados e cambiais), aplicação mínima (por exemplo, R$ 500), prazo do resgate (na hora, alguns dias e meses ou no vencimento) e o nome ou CNPJ, caso já saiba de algum fundo específico.


Rentabilidade campeã


O ranking da rentabilidade dos fundos para um ano, com aplicação de R$ 1 mil, segundo o buscador Yubb, é liderado pelo Western Asset FIA BDR (ações, com 66% de alta) e Chess Alpha FIC FIM (multimercado, com 61%). O Western nasceu em 2014 e em 2016 perdeu 10%, mas nos quatro anos seguintes sempre superou o Ibovespa, o que é seu objetivo. Já o Chess é mais novo. Criado em 2018, em 2019 subiu 17%. Mas tem risco e a volatilidade pode incomodar o investidor.


Entenda seu quadrado


É muito importante conhecer os ativos de um fundo. Por exemplo, como o nome do Western indica, ele investe em BDRs, que são títulos negociados no Brasil que representam ações estrangeiras. Portanto, seu comportamento reflete o mercado externo. No ano passado, devido à pandemia, as ações de tecnologia subiram forte, sendo que as principais são dos EUA. Antes de escolher um fundo, observe o mercado em que atua, tanto de ativo como de operação (país).


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