Um documento obtido na íntegra pelo Estadão/Broadcast na tarde desta terça-feira (25) diz que a equipe do ministro da Economia Paulo Guedes defende o fim dos descontos com despesas médicas e de educação no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).
A mudança traria economia de R$ 30 bilhões aos cofres do governo. Guedes, porém, negou a veracidade do documento: "Possivelmente algum petista dentro do ministério pega um trabalho sem aval nosso e passa pra jornalista", afirmou.
Segundo o Estadão, o documento tem dez páginas e anexos com sugestões de mudanças legislativas, e foi elaborado pela equipe da área fiscal do ministério após o primeiro turno.
Em nota, o ministro disse que "refuta a alegação de que pretende acabar com as deduções", dizendo que é "totalmente descabida de fundamento", e que não reconhece a validade de tal documento. Ele justificou, ainda, que estudos são feitos de forma corriqueira na pasta, o que não significa que seriam propostas.
Mais tarde, ainda nesta terça (25) durante evento da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Guedes voltou a negar o assunto: "Não deixem que roubem sua tranquilidade, já roubaram muita coisa. Sai um fake news por dia à medida que nos aproximamos da eleição. Tenho que desmentir as medidas deslavadas que estão sendo contadas todos os dias. Trabalhadores, aposentados e pensionistas receberam aumentos mesmo durante a pandemia (...)Vencida e ultrapassada a pandemia, aumentos de salários e benefícios podem ser inclusive acima da inflação", disse.
Deduções
Atualmente, não há teto para deduções de despesas médicas da base de cálculo do Imposto de Renda. O limite existe só no caso dos gastos com educação, onde é possível abater até R$ 3.561,50 por dependente.
Ao negar a possibilidade dos cortes, o ministro apenas lembrou que a Receita Federal está fazendo estudos para aumentar a faixa de isenção, única medida que estaria acertada. Segundo ele, o sonho do governo Jair Bolsonaro é que o País tenha uma grande economia de mercado, com classe média forte. O ministro ainda afirmou que esse processo passa pelo fortalecimento do cooperativismo.
"Esperamos ter contato mais próximo com cooperativismo em segundo mandato. Tem gente do outro lado querendo acabar com simples e regimes especiais para cooperativas. Tentamos colocar cooperativas dentro de todos os regimes. Faremos transição para IVA, OCDE dá parâmetro para isso", declarou Guedes.
O ministro da Economia voltou a afirmar que o governo não pretende lançar um pacote de medidas que vai assustar e trazer danos para empresários e para a classe média. Segundo ele, todas as medidas tomadas pelo governo são anunciados pela equipe econômica, com antecedência e em diálogo com a sociedade.
"Não vamos dar susto em ninguém, não tem pacote do Guedes. Tudo o que vamos fazer anunciamos antes. Toda Arca de Noé tem um pica-pau. Aqui no Ministério da Economia também tem um petista com uma picareta", disse o ministro.
*com informações de estadão conteúdo