Cartão de crédito tem armadilhas; saiba evitá-las

Veja dicas para não ultrapassar o limite ou como sair dele

Por: Rosana Rife & Da Redação &  -  30/07/19  -  19:57
Dados mostram que a maior parte das ocorrências (41%) está ligada à clonagem de cartões de crédito
Dados mostram que a maior parte das ocorrências (41%) está ligada à clonagem de cartões de crédito   Foto: Shutterstock

O cartão de crédito virou o vilão do endividamento e responde por 78% dos casos de pessoas com débitos no país, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços. Os juros, que ultrapassam os 300% ao ano, de acordo com o Banco Central, ajudam na fama. 


Mas a história não é bem assim, afirmam os especialistas. O problema está na forma que o brasileiro utiliza essa ferramenta de pagamento, que pode ser uma grande aliada.


O cartão permite que se concentre todas as despesas em um único vencimento. O usuário pode comprar e ter 40 dias para pagar, sem precisar andar com dinheiro na carteira, explica o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. “O problema é que as pessoas usam mal”. 


O primeiro passo para usá-lo de forma eficiente é saber quanto da sua renda deverá ser comprometida com gastos feitos no plástico. E, claro, não passar do valor pré-definido para evitar dor de cabeça.


“Entre 15% e 20% do salário é um percentual adequado para reservar para gastos com cartão, que devem ser feitos com consciência”, avisa o professor e administrador de finanças Márcio Colmenero.


Minimalismo


Outra dica é não colecionar cartões. Muita gente ostenta uma série deles na carteira, mas isso significa um risco para derrapar em tentações e acabar com a corda no pescoço. “No passado, na época da inflação elevada, justificava-se isso, porque as pessoas ganhavam com os prazos”, acrescenta Miguel.


Hoje, segundo ele, com a economia estável, não há sentido. “Pois exigirá mais controle do consumidor e também há mais gastos para mantê-los”.


A orientação é procurar um que seja adequado às suas necessidades e não cobre anuidade. De cara, pode ajudar a economizar uns bons trocados. Tem cartão que chega a cobrar cerca de R$ 60 ao mês.


Pague fielmente a fatura total e na data do vencimento. Escolha esse dia de acordo com o depósito do seu salário. Assim, não corre o risco de não ter dinheiro para quitar a dívida. “Entrar no rotativo é ingressar em um buraco sem fundo”, alerta Colmenero.


Se estiver nessa rota de endividamento, suma com o cartão da sua frente. Verifique se não tem nenhum dinheiro extra para se livrar da fatura, algo para vender ou, em último caso, pense em um empréstimo com desconto em folha.


“Esses juros são os menores do mercado. Mas tem que ficar atento, porque o salário virá menor e a pessoa terá que readequar o seu orçamento para a nova realidade”, diz o vice-presidente de comunicações do Sindicato dos Economistas de São Paulo, Gilson Garófalo.


Segure a vontade


Um fator que boicota qualquer tentativa de planejamento e controle de gastos é o impulso consumista. Portanto, não deixe as emoções controlarem seu cartão. Crie antídotos específicos para momentos tensos, que não envolvam compras, por exemplo.


“É preciso aprender outras maneiras de trabalhar o estresse em outro meio que não seja o cartão de crédito”, lembra Garófalo.


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