Infertilidade cresce no mundo e estilo de vida moderna contribui para essa mudança

Time de especialistas diz que reprodução assistida é a melhor saída em muitos casos, mesmo em tempos de pandemia de coronavírus

Por: Nathália de Alcantara  -  26/02/21  -  15:24
Para especialista,  houve um aumento do investimento parental em uma prole menor
Para especialista, houve um aumento do investimento parental em uma prole menor   Foto: Kelly Sikkema/Unsplash

A mudança no formato de novas famílias e o estilo de vida moderno têm contribuído para o declínio da fertilidade dos casais. A infertilidade de pessoas em idade reprodutiva é um fenômeno crescente no mundo inteiro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que exista 48 milhões de casais e 186 milhões de indivíduos vivendo com infertilidade no mundo.


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Segundo o coordenador médico do Fleury Fertilidade e PhD em Reprodução Humana, Daniel Suslik Zylbersztejn, as mães estão engravidando cada vez mais tarde e tendo cada vez menos filhos.


Para ele, houve um aumento do investimento parental em uma prole menor, com mais inventimento em menos filhos e, ainda que inconscientemente, um comportamento de manada.


"Entre os motivos, estão as mulheres no mercado de trabalho, com idade avançada na primeira gravidez e consequente perda do potencial biológico da fertilidade", avalia Daniel, que a partir de 1º de março atuará no Centro de Medicina Reprodutiva do grupo, voltado ao tratamento da infertilidade e preservação da fertilidade futura, na Vila Mariana, em São Paulo.


O empoderamento feminino, com tempo de não concepção desejada, o casamento tardio e aumento nos divórcios também são mudanças na sociedade que contribuem para a infertilidade.


"Houve ainda a melhora no planejamento familiar com contraceptivos, o consumo de comida ultraprocessada e cada vez mais casos de obesidade e sedentarismo", explica o especialista em reprodução humana.


A biomédica e também PhD em Reprodução Humanana, Amanda Begatti Victorino Monteiro, explica que a análise genética dos embriões é indicada em casos de idade materna avançada, falha de implantação recorrente e fator masculino grave.


"Entre as vantagens desse tipo de procedimento, estão diminuição do tempo de tratamento e do risco de aborto", diz a coordenadora da Embriologia do Fleury Fertilidade.


O Brasil lidera o ranking latino-americano dos países que mais realizaram tratamentos de Medicina Reprodutiva, segundo o relatório de 2019 da Rede Latino Americana de Reprodução Assistida (Redelara), com 83 mil bebês brasileiros nascidos nos últimos 25 anos por meio de tratamentos de reprodução assistida. Acredita-se que o mercado ainda possa mais que dobrar e ultrapassar os 100 mil ciclos nos próximos 10 anos.


Covid-19


Não há razão para atrasar a tentativas de gravidez ou tratamentos de reprodução assistida se a vacina não estiver disponível, avaliam os especialistas no assunto. "Grávidas devem receber vacina, pois o não uso supera o risco de ficar doente. A vacinação tem efetividade e não induz risco de contrair covid-19", explica Daniel.


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