Idoso deve seguir alerta mesmo se estiver vacinado

Quem tomou uma ou duas até doses precisa manter os cuidados

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  08/03/21  -  00:58
O fato de ter se vacinado contra a covid-19 não livra idoso de utilizar máscaras e seguir protocolos
O fato de ter se vacinado contra a covid-19 não livra idoso de utilizar máscaras e seguir protocolos   Foto: Matheus Tagé

“A vacina da covid-19 protege de infecções graves e mortes, mas não contra a doença em si, tampouco impede que a pessoa imunizada seja transmissora do vírus. Os idosos podem ficar muito felizes porque eles não vão morrer de covid nem ter formas graves da doença, mas eles ainda podem se infectar e transmitir o coronavírus aos outros”.


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A frase do médico infectologista Evaldo Stanislau, do Hospital das Clínicas da USP, diz muito sobre os cuidados que os idosos ainda precisam tomar no dia a dia, mesmo depois de ter recebido a vacina.


Em vigor desde ontem, a reclassificação do Estado para a fase vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva da quarentena, acendeu o alerta. Afinal, o aumento no número de ocupação de leitos UTI em terras paulistas preocupa as autoridades e são reflexo de um sentimento de relaxamento com a vacina, segundo especialistas.


“A vacina protege contra formas graves da doença. Porém, mesmo quem se vacinou tem risco de se infectar. Por esse motivo, quem tomou a vacina não pode abandonar os outros cuidados, como o distanciamento físico, o uso de máscaras e a higienização das mãos”, reforça o infectologista Leonardo Weissmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).


Em uma carta aberta, a SBI reforçou que, além das dificuldades esperadas do momento, a disseminação de fake news, especialmente por meio das redes sociais, não para de crescer. Weissmann reforça que aqueles com idade mais avançada têm maior risco de evoluir para formas mais graves da doença e morrer. Por isso, todo cuidado é pouco.


Eficácia


Stanislau explica que a eficácia total da vacina ocorre somente duas semanas depois de ter sido imunizado. “Idosos e qualquer pessoa que toma a vacina não ficam protegidos imediatamente após a primeira dose”.


Os dois especialistas afirmam que as medidas de distanciamento e higiene precisam continuar neste momento, sendo idoso ou não. “Depois que a maior parte da população estiver vacinada e tivermos imunidade coletiva, pode-se pensar em abandonar hábitos como o uso de máscaras. Mas é necessário aguardar, porque isso ainda deve demorar para acontecer no Brasil”, conclui Weissmann.


Imunizantes têm resposta positiva


Um artigo publicado nesta semana pelo periódico da área de saúde Age and Ageing, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, mostra que as duas empresas que publicaram dados sobre suas vacinas, a Moderna e a Pfizer, trouxeram dados positivos quanto à resposta dos imunizantes em idosos. 


Isso representa um avanço significativo, pois o sistema imunológico de quem tem mais idade costuma ser mais lento, o que poderia levar a uma resposta mais demorada à vacina.


O documento também ressalta que, na maioria dos estudos feitos para vacinas, os eventos adversos considerados leves ou moderados aconteceram com pouca frequência entre os mais velhos. 


Em janeiro, houve um sinal de alerta na Noruega, porque a agência de saúde daquele país chegou a investigar a morte de 23 idosos com saúde já debilitada, após a administração da vacina da Pfizer.


Depois, no entanto, o Instituto Norueguês de Saúde Pública divulgou um comunicado que não houve relação entre a vacina e os óbitos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também avaliou os casos e concluiu que não há ligação entre a proteção e os falecimentos.


Orientações gerais - Fonte: Ministério da Saúde


- Lave as mãos com frequência, até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize com álcool em gel 70%. Essa frequência deve ser ampliada quando estiver em algum ambiente público, quando utilizar estrutura de transporte público ou tocar superfícies e objetos de uso compartilhado.


- Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com a parte interna do cotovelo. 


- Não tocar olhos, nariz, boca ou a máscara de proteção com as mãos não higienizadas. Se tocar uma dessas partes, higienize sempre as mãos.


- Mantenha distância mínima de um metro para outras pessoas em lugares públicos e de convívio social. Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável sem contato físico.


- Higienize com frequência o celular, brinquedos das crianças e outro objetos que são utilizados com frequência.


- Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos.


- Mantenha os ambientes limpos e bem ventilados.


- Se estiver doente, evite contato próximo com outras pessoas, principalmente idosos e doentes crônicos, busque orientação pelos canais on-line disponibilizados pelo SUS ou atendimento nos serviços de saúde e siga as recomendações do profissional de saúde.


- Durma bem e tenha uma alimentação saudável.


- Recomenda-se a utilização de máscaras em todos os ambientes. As máscaras de tecido (caseiras/artesanais) não são equipamentos de proteção individual (EPI), mas podem funcionar como uma barreira física, em especial contra a saída de gotículas potencialmente contaminadas.


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