Covid-19 é a pandemia mais letal que o Brasil já enfrentou até hoje

Ela já matou mais do que a gripe espanhola, que tirou a vida de um brasileiro a cada 875 habitantes: desta vez, temos uma vítima fatal a cada 822 habitantes

Por: Nathála de Alcantara  -  06/03/21  -  18:00
Entre os pacientes, 207 devem ser transferidos para enfermarias e 151 para UTI
Entre os pacientes, 207 devem ser transferidos para enfermarias e 151 para UTI   Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A covid-19 é a pandemia mais letal que o Brasil já enfrentou. Ela já matou mais do que a gripe espanhola, que tirou a vida de um brasileiro a cada 875 habitantes, considerando 35 mil mortes para uma população de 30,635 milhões, como em 1920. O detalhe é que, com as 257,7 mil mortes por coronavírus nesta quarta-feira (3), temos uma vítima fatal a cada 822 habitantes, adotando os 211, 8 milhões estimados pelo IBGE em 2019.


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Para o infectologista Eduardo Santos, essa situação está diretamente ligada ao comportamento das pessoas. "Muitos ainda não acreditam no que estamos vivendo e preferem acreditar em contos de fadas. Infelizmente, basta andarmos na rua para vermos gente sem máscara e sem vergonha disso", desabafa.


Ele explica que o mais preocupante é ainda estarmos muito longe de uma vacinação total da população. "A maioria sequer tomou a primeira dose e nem sabe quando isso acontecerá. Mas, ao mesmo tempo, vemos bares cheios, aglomerações de jovens e academias lotadas", diz o médico.


O também infectologista Marcos Caseiro segue sem acreditar no caos que vivemos atualmente.
"Isso tudo foi anunciado lá atrás, quando a pandemia nem tinha chegado no Brasil. Não aprendemos nada com a China, a Europa e os Estados Unidos. Tanto que estamos piores do que todos eles".


Marcos diz que de nada adiantam as medidas restritivas se após uma pequena melhora houver uma flexibilização total. "As pessoas respeitam, em termos, e depois voltam com as mesmas atitudes de antes. Isso tudo é muito triste, pois estamos perdendo muitas vidas com tamanha irresponsabilidade".


Quem concorda com ele é o infectologista Jacyr Pasternak, do Hospital Israelita Albert Einstein.
"Nós precisamos de conscientização coletiva. Só ela poderá salvar famílias, amigos e a sociedade. Vejo muito egoísmo por parte de quem poderia ficar em casa e fazer a sua parte. Enquanto o ser humano não mudar, tudo ficará do mesmo jeito até que todos estejam vacinados". 


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