Paradeiro de Battisti é incerto, segundo a Polícia Federal

Criminoso condenado a prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos no país na década de 1970; Cesare Battisti é procurado em Cananéia

Por: De A Tribuna On-line  -  14/12/18  -  16:55

Após ordem de prisão expedida na noite desta quinta-feira (13) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, a Interpol realiza buscas para apreender o italiano Cesare Battisti.


A Polícia Federal, que representa o órgão internacional no Brasil, concentra a operação em Cananéia, último local onde o réu foi visto. Até o início da tarde desta sexta-feira (14), ele ainda não havia sido localizado.


O advogado do italiano, Igor Tamasauskas, disse não saber onde Battisti está. "Ainda não consegui falar com ele após a decisão do ministro Fux. Eu sei que ele mora em Cananéia, mas não sei exatamente onde ele está no momento".


Por meio de nota, a Polícia Federal afirmou que Battisti está em "um lugar incerto e não sabido". O italiano já é considerado foragido da Justiça.


Battisti foi visto pela última vez em Cananéia
Battisti foi visto pela última vez em Cananéia   Foto: Divulgação/Nacho Doce

Entenda o caso


Battisti foi condenado a prisão perpétua na Itália na década de 1970, pelo assassinato de quatro pessoas na época em que integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo. O país europeu tenta a extradição do criminoso há mais de dez anos, desde 2007. Dois anos depois, o STF aceitou o pedido italiano, mas o então presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, não sancionou a decisão e Battisti, desde então, vive como um cidadão livre no Brasil.


Em outubro de 2017, na cidade de Corumbá (MS), o comunista foi detido quando supostamente tentava atravessar a fronteira do Brasil com a Bolívia com US$ 6 mil e 1,3 mil euros não declarados.


O desembargador José Lunardelli, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, atendeu, dias depois, um pedido da defesa e liberou o réu. A autoridade jurídica obrigou Battisti a se apresentar à Justiça todo mês, não sair da cidade em que mora sem autorização e usar tornozeleira eletrônica. Entretanto, neste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a decisão, segundo o advogado do italiano.


A Itália pediu que o governo Michel Temer reavaliasse a decisão de Lula que vetou a extradição. Em contrapartida, a defesa de Battisti pediu ao STF que o governo brasileiro fosse impedido de enviá-lo de volta ao país de origem. Prevaleceu o pedido a favor do réu.


Luiz Fux concedeu uma liminar que impedia a extradição. Na noite desta quinta-feira, entretanto, o ministro do STF revogou a própria decisão e afirmou, em decisão, que cabe ao presidente extraditar ou não Battisti, porque decisões políticas não cabem ao Judiciário.


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