EUA defendem que militares aceitem a saída de Maduro

Washington também anunciou sanções contra a estatal petroleira venezuelana, a PDVSA

Por: France Presse  -  29/01/19  -  20:49
John Bolton e Steven Mnuchin destacaram posição dos Estados Unidos sobre crise na Venezuela
John Bolton e Steven Mnuchin destacaram posição dos Estados Unidos sobre crise na Venezuela   Foto: Mandel Ngan/FrancePresse

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, exortou, na segunda-feira (28), os militares da Venezuela a aceitarem de forma “pacífica” a saída do poder de Nicolás Maduro. E reiterou que “todas as opções” estão sobre a mesa, ao ser consultado sobre uma eventual intervenção militar.


Bolton apelou diretamente aos militares, principal sustentação de Maduro, depois que Washington reconheceu, na semana passada, o líder do Parlamento de maioria opositora, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela.


“Pedimos ao Exército venezuelano e às forças de segurança que aceitem a transição pacífica, democrática e constitucional do poder”, disse Bolton em coletiva de imprensa, na qual reafirmou, como fez o presidente Donald Trump, que em relação a uma possível intervenção militar americana, “todas as opções” estão sobre a mesa.


“Até certo ponto, isto começou”, disse. John Bolton mencionou o caso do adido militar da Venezuela em Washington, coronel José Luis Silva, que no fim de semana rompeu fileiras com Maduro, assim como o da cônsul de Miami, Scarlet Salazar, que informou seu apoio a Guaidó em vídeo difundido ontem.


Bolton reiterou, ainda, que os Estados Unidos responsabilizarão as forças de segurança venezuelanas pela segurança do pessoal diplomático americano na Venezuela, assim como da Assembleia Nacional e do presidente Guaidó. “Qualquer violência contra estes grupos significará um ataque ao estado de direito e terá uma resposta significativa”, disse.


Os EUA reconheceram, na quarta-feira, Guaidó, que se autoproclamou presidente interino assim que o Legislativo declarou Maduro “usurpador” por iniciar em 10 de janeiro um segundo mandato considerado ilegítimo por meia centena de países, para os quais sua reeleição foi fraudulenta.


Sanções


Os Estados Unidos impulsionaram, na segunda-feira, sanções contra a estatal petroleira venezuelana, PDVSA, aumentando a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse que as sanções impedem Maduro de desviar ativos da Venezuela até que o poder possa ser transferido a um governo de transição ou a um novo governo eleito democraticamente.


Mnuchin esclareceu, porém, que a filial da PDVSA nos Estados Unidos, a Citgo, poderá manter suas operações, desde que seus lucros sejam depositados em uma conta bloqueada nos Estados Unidos.


No fim da noite de segunda-feira, Maduro anunciou ações legais contra os EUA pelas sanções contra a PDVSA.


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