Último goleiro campeão brasileiro pelo Santos, Mauro recorda título e vê time atual em vantagem

Treinador de goleiros dos times de base do Peixe há três anos, ex-jogador conta como é a sua fórmula de trabalho

Por: Bruno Lima  -  28/07/19  -  15:23
  Foto: Carlos Nogueira/A Tribuna

Último goleiro campeão brasileiro pelo Santos, em 2004, Mauro, hoje com 41 anos, compartilha a sua experiência com os futuros arqueiros do Peixe. Treinador de goleiros dos times de base do clube desde 2016, ele enxerga o time de Jorge Sampaoli em condições de reconquistar o título mais importante do futebol nacional após 15 temporadas.

Segundo Mauro, esse Santos, diferente daquele, começou o Brasileirão muito mais equilibrado. 

“Em 2004, a gente vinha numa crescente, porque iniciou muito mal. Disputávamos dois ou três campeonatos juntos. Com a chegada do [Vanderlei] Luxemburgo e de algumas peças para o elenco, arrancamos no segundo turno fazendo frente para o Athletico-PR. Só na penúltima rodada conseguimos passar. Esse ano, não. O Santos está num nível elevado desde o início. Acho que temos condições boas de brigar”, comenta o ex-jogador. 

Além de precisar tirar a diferença de pontos que o Furacão havia aberto na classificação, Mauro relembra que em 2004 o Santos precisou conviver com um drama. No meio da competição, a mãe do atacante Robinho foi sequestrada e a estrela do time ficou ausente por mais de 40 dias. 


Mauro é o treinador de goleiros do time sub-17 do Santos
Mauro é o treinador de goleiros do time sub-17 do Santos   Foto: Carlos Nogueira/A Tribuna

“Nós íamos jogar contra o Criciúma, em Santa Catarina, no domingo, e estávamos concentrados. Na hora do jantar, sábado, o Luxemburgo deu a notícia para ele. O Robinho, sem cair a ficha, disse que estava tudo bem, que ia jogar e quando voltássemos a Santos veria o que fazer. Mas, minutos depois, ele foi para o quarto do hotel e entendeu a gravidade. Desceu e pediu para ser liberado e ver qual procedimento ia tomar”, diz. 

Mudanças na posição

Como treinador de goleiros, atualmente no time sub-17, Mauro tem acompanhado e colocado em prática as mudanças que a posição tem sofrido nos últimos anos. Principalmente em relação ao uso dos pés.

“O [Manuel] Neuer – goleiro alemão – foi o precursor de tudo isso. Foi o primeiro a jogar com os pés e fazer uma cobertura para a defesa. Hoje, os esquemas não são mais 4-4-2, mas sim 1-4-4-2, porque a parte de construção dos times já começa com os goleiros. Como treinador de goleiros, há três anos passo para os meus atletas que é preciso ter um bom passe e um bom domínio de bola. Tudo isso sem tirar a raiz deles, que é defender com excelência”.

Pensando na melhor adaptação dos garotos diante de uma promoção, Mauro costuma participar de reuniões com Arzul, preparador de goleiros do profissional, para executar os mesmos treinos na base.


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