O Santos escreveu na noite desta quarta (6) o capítulo mais triste e vexatório em seus 111 anos de história. Precisando de uma vitória simples sobre o Fortaleza para se safar do rebaixamento, o Peixe não teve competência para vencer o time cearense. Bahia e Vasco, rivais na luta contra a degola, venceram os seus jogos e selaram a queda santista, ironicamente, no ano do Brasileirão Rei, em homenagem a Pelé.
O descenso é o fim melancólico da gestão do presidente Andres Rueda, que em seus três anos de mandato sempre viu a equipe lutar contra o rebaixamento no Brasileirão. Este ano o desempenho foi ainda pior e o que vinha se desenhando nas últimas temporadas aconteceu.
Com a volta do 3-5-2, o Santos foi a campo com Julio Furch e Marcos Leonardo no ataque. A torcida empurrava o time, com um olho no campo e outro no celular, de olho nos jogos Vasco x Bragantino e Bahia x Atlético-MG, que começaram no mesmo horário.
Tentando pressionar no início, o Peixe quase marcou aos 5 minutos, com Marcos Leonardo, mas Titi salvou em cima da linha. O bandeira, porém, marcou impedimento no lance.
Aproveitando os espaços deixados pelo Santos, o Fortaleza assustou aos 10, quando Lucero aproveitou a falha de marcação e chutou cruzado, mas Messias travou no momento certo.
Aos 12, em Salvador, o Bahia abriu o placar contra o Atlético-MG, com Cauly, deixando um clima de tensão no ar da Vila.
Aos 16, Furch virou a bola para Marcos Leonardo, que de primeira colocou Jean Lucas na cara do gol, mas o volante chutou o chão na hora de finalizar e perdeu a chance de marcar.
Aos 28, para piorar o cenário, o Vasco marcou com Paulinho em São Januário e deixava o Alvinegro na zona de rebaixamento.
Aos 32, Marcos Leonardo teve a oportunidade de marcar, mas o tiro saiu travado. Se estava difícil para o Santos marcar, o Galo empatou aos 35, com Paulinho, o que tirava o Peixe da zona da degola.
A torcida ainda comemorava o gol atleticano, quando Marinho recebeu lançamento aos 38 e arrancou livre para o gol, batendo na saída de João Paulo. Fortaleza 1 a 0.
O drama santista aumentou antes do fim da etapa inicial. Tomás Rincón, machucado, saiu para a entrada de Nonato. Dodô, que já tinha cartão amarelo, também foi sacado, dando lugar a Lucas Lima.
O Santos ainda teve duas boas chances para chegar ao empate. Com Soteldo, que saiu costurando a defesa cearense, mas chutou travado, aos 43, e aos 49, após cabeçada de Furch que o goleiro João Ricardo se esticou para defender. No rebote, a bola passou no meio das pernas de Marcos Leonardo, que não conseguiu completar para o gol.
O Santos foi para o vestiário rebaixado.Etapa final
O Peixe voltou para o segundo tempo buscando impor uma pressão, mas tinha dificuldade para penetrar na defesa santista. A solução encontrada foram as bolas aéreas. Aos 7, Marcos Leonardo cabeceou no contrapé de João Ricardo, que segurou firme. Aos 9, Furch também tentou de cabeça, mas errou o alvo.
Aos 12, em batida de escanteio de Lucas Lima, Messias subiu para testar de cabeça e empatar o jogo. Cinco minutos depois, outro gol, mas em São Januário. Léo Ortiz empatou para o Bragantino e com os resultados, o Peixe deixava a área de risco. Aos 14, Jair entrou em lugar de João Basso.
Na Vila, aos 18, Jean Lucas teve chance de ouro para virar o jogo, mas ao receber cruzamento na medida, quase da marca do pênalti, chutou torto, para fora.
Aos 22, o Bahia fez o terceiro contra o Galo na Fonte Nova e com os 3 a 1, deixava a briga contra a degola para Santos e Vasco.
Para tentar o segundo gol que garantiria a permanência na elite, o técnico Marcelo Fernandes fez as duas últimas mudanças, sacando Jean Lucas e Julio Furch para as entradas de Maxi Silvera e Weslley Patati.
O drama alvinegro voltou com o gol do Vasco em São Januário. Aos 36, Serginho fez 2 a 1 contra o Bragantino, placar que levava o Santos à segunda divisão.
Desorganizado, o Peixe tentava emplacar uma pressão, mas faltava força e talento para fazer o gol salvador. Nos últimos minutos, o time alçava bolas à área inutilmente, no desespero, em vão.
Em Salvador, o Bahia fazia o quarto gol, aos 46, e transformava a vitória sobre o Galo em goleada.
Na Vila, aos 49, o que era ruim ficou pior. Com João Paulo tentando ser goleiro-linha, a defesa saiu jogando errado e Lucero recebeu a bola de presente. Da intermediária, sem goleiro, ele bateu por cima e marcou o segundo gol.
Após o gol deu-se início a uma confusão na Vila, com alguns torcedores lançando rojões ao gramado. O time do Fortaleza correu para o vestiário e o juiz Leandro Pedro Vuaden encerrou o jogo.