Odair Hellmann não comanda mais o time do Santos

Treinador não resistiu à derrota para o Corinthians, que aumentou a crise na Vila Belmiro

Por: Régis Querino  -  22/06/23  -  14:52
Atualizado em 22/06/23 - 14:59
Odair Hellmann foi o sétimo técnico na gestão de Andres Rueda
Odair Hellmann foi o sétimo técnico na gestão de Andres Rueda   Foto: Raul Baretta/Santos FC

Odair Hellmann não é mais o técnico do Santos. O treinador não resistiu à derrota para o Corinthians por 2 a 0 na noite desta quarta (25), na Vila Belmiro, pela 11ª rodada do Brasileirão, que terminou em confusão após torcedores lançaram rojões e bombas no gramado, no final do segundo tempo.


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O Peixe informou que Odair Hellmann assinou, em comum acordo, a rescisão de contrato. Os auxiliares Maurício Dulac e Fábio Moreno, assim como o preparador físico Rogério Dias, também deixam o clube.


Agora, os dirigentes se debruçam sobre os nomes de profissionais livres no mercado para anunciar o novo treinador, que terá a dura missão de tirar o clube de uma grave crise. O time volta a campo neste domingo (25), às 18h30, contra o Flamengo, em jogo inicialmente marcado para a Vila Belmiro.


A partida, no entanto, pode mudar de local ou ser realizada com os portões fechados após os incidentes registrados no estádio na derrota para o Corinthians. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva deve se reunir nesta quinta ou sexta (23) para definir a punição ao clube.


Situação insustentável


A situação de Hellmann no comando do time vinha se agravando com a sequência de resultados ruins e o mau futebol apresentado pela equipe, que acumula nove jogos sem vitória, com cinco empates e quatro derrotas.


Além das eliminações nas primeiras fases do Paulistão e da Copa Sul-Americana e nas oitavas de final da Copa do Brasil, Hellmann não conseguiu, em momento algum, dar um padrão de jogo ao time. Se é verdade que o elenco tem limitações técnicas, o treinador também não se mostrou capaz de fazer de um grupo mediano, ao menos um time competitivo.


Ao contrário de outros técnicos que passaram pelo clube nos últimos três anos, Odair Hellmann teve tempo de sobra para tentar melhorar o desempenho da equipe. Fez pré-temporada em dezembro, quando chegou ao clube, antes do início do Paulistão 2023, no dia 14 de janeiro.


Com a eliminação precoce no Estadual, ao fim da primeira fase, numa atuação horrorosa da equipe na derrota para o Ituano por 3 a 0, em Itu, a pressão sobre o técnico foi grande. A gestão de Andres Rueda, no entanto, que vinha de várias trocas de treinadores nos dois anos anteriores (veja mais abaixo), decidiu dar tempo para Hellmann trabalhar.


O treinador teve quase um mês somente para treinamentos antes do time voltar a disputar jogos da Copa Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão. O que se viu em campo, porém, foi a mesma equipe sem inspiração, com falhas defensivas, ineficiente no ataque e pouco competitiva.


As eliminações seguintes, na Copa Sul-Americana e Copa do Brasil, aumentaram a tensão na Vila Belmiro e geraram cobranças das torcidas organizadas, que foram ao CT Rei Pelé tomar satisfações de jogadores, comissão técnica e dirigentes.


A pressão não funcionou e apesar de o time ter uma semana livre para treinar, durante a Data Fifa, o Santos voltou a jogar o mesmo pobre futebol diante do Corinthians. A derrota foi a gota d'água e gerou violência de torcedores organizados, deixando o clima insustentável para a permanência de Hellmann.


O treinador catarinense, de 46 anos, que assumiu o clube em dezembro do ano passado, foi o profissional que mais resistiu no cargo na gestão do presidente Andres Rueda. Hellmann comandou a equipe em 34 jogos, com 11 vitórias, 12 empates e 11 derrotas, aproveitamento de 44,11%.


Ciranda de técnicos


Nos dois anos e meio de gestão Andres Rueda, oito treinadores passaram pela Vila Belmiro. Quando assumiu o clube, em janeiro de 2021, o técnico era Cuca, que havia assinado com o Santos na gestão anterior, de José Carlos Peres.


Diante da decisão de Cuca, que saiu após a derrota na final da Libertadores para o Palmeiras, Ariel Holán foi o primeiro treinador contratado por Rueda. O argentino, porém, só durou 12 jogos, deixando o clube em abril de 2021, após pressão de torcedores e quatro vitórias, três empates e cinco derrotas (41,6% de aproveitamento).


Com a saída de Holán, Fernando Diniz foi contratado, mas também não ficou muito tempo. Após 27 jogos, 10 vitórias, sete empates e 10 derrotas (45,6% de aproveitamento), o técnico não resistiu à má campanha no Brasileirão de 2021 e caiu em setembro de 2021.


O sucessor foi Fábio Carille, que fez o time reagir no Brasileirão de 2021 e terminar em 10º lugar. Problemas de relacionamento com o então executivo de futebol, Edu Dracena, minaram o trabalho do treinador, que acabou saindo após 27 jogos, nove vitórias, 10 empates e oito derrotas (45,6% de aproveitamento), em fevereiro de 2022.


Fabián Bustos, que treinava o Barcelona de Guayaquil, do Equador, foi então o escolhido pela direção. Chegou e durou um jogo a mais do que Diniz: 28. Após oito vitórias, 12 empates e oito derrotas (42,8%), o argentino também foi demitido, em julho de 2022.


Rueda, então, apostou em Lisca, mas o “Doido” não passou de oito jogos à frente da equipe. Após duas vitórias, três empates e três derrotas (37,5%), pediu as contas, sendo substituído pelo interino Orlando Ribeiro.


O então treinador do sub-20 do Santos assumiu o time principal, finalizando o Brasileirão de 2022 com quatro vitórias, um empate e sete derrotas (36,1%).


Após a queda de Odair Hellmann, resta saber quem será o profissional que topará o desafio de tentar recolocar o Santos nos trilhos para evitar um vexame maior no Brasileirão e acalmar os ânimos da torcida.


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