Conselho Fiscal aponta déficit nas contas do Santos; diretoria se explica

O terceiro trimestre de 2018 aponta um prejuízo de R$ 63.678.537,09

Por: Régis Querino  -  27/11/18  -  21:34

O relatório do Conselho Fiscal do Santos sobre o terceiro trimestre de 2018, que será apresentado na noite desta terça (27), em reunião do Conselho Deliberativo, aponta um prejuízo de R$ 63.678.537,09 no período, contra um orçamento que previa lucro de R$ 74.641.799,44. Este é apenas um dos pontos polêmicos do encontro, que também tem na pauta a apreciação, discussão e votação da proposta orçamentária para 2019.


Outro ponto que chama a atenção, segundo o documento do Conselho Fiscal, é o aumento considerável no número de autônomos pagos pelo clube. Em novembro de 2017, na antiga gestão, eram 269, que custavam ao Santos R$ 236.807,32.


Em junho deste ano, já sob a gestão de José Carlos Peres, o número caiu para 247 autônomos, ao custo de R$ 148.416,00. No entanto, em setembro passado, o número de funcionários contratados neste regime subiu para 503, que custam R$ 352.975,17 ao clube.


A folha de pagamento dos atletas profissionais, profissionalizados (da base) e funcionários administrativos, contratados em regime CLT, aumentou 18%. Em novembro de 2017, eram 448 funcionários ao custo de R$ 7.204.302,00, enquanto em setembro passado, o número subiu para 459, que consomem R$ 8.500.716,48 mensais.


O Conselho Fiscal também contesta o pagamento de comissões de intermediação na contratação dos três jogadores estrangeiros (Derlis González, Carlos Sanches e Bryan Ruiz), além do técnico Cuca. No total, foram pagos R$ 2.533,068,00 em comissões, sendo que o maior valor, R$ 1.021.768,00 foi pago na intermediação para a vinda de Bryan Ruiz. A comissão paga para a chegada de Cuca foi de R$ 595.000,00.


Conselho Fiscal do Peixe aponta déficit nas contas do terceiro trimestre de 2018
Conselho Fiscal do Peixe aponta déficit nas contas do terceiro trimestre de 2018   Foto: Flavio Hopp/Folhapress

Outro lado


Em sua defesa, a atual gestão elaborou um documento para contrapor os questionamentos do Conselho Fiscal. Em relação ao prejuízo de mais de R$ 63 milhões no terceiro trimestre deste ano, "a administração faz questão de mostrar os números reais de nosso principal produto, sem apelar para superávit fictício como era de praxe na gestão anterior".


Segundo a defesa, "os valores pertinentes à venda de Rodrygo e aos novos contratos com a Rede Globo não foram inseridos contabilmente nesse exercício... visando proporcionar ao nosso torcedor maior transparência possível com relação às dificuldades financeiras que nosso clube enfrenta por conta das gestões anteriores".


O clube justificou o aumento no número de autônomos pela contratação de pessoal para trabalhar na assembleia geral realizada para a votação dos pedidos de impeachment do presidente José Carlos Peres. E lembrou que em dezembro de 2017, os autônomos no clube também chegaram a 500, com a realização das eleições presidenciais no Santos.


Em relação às comissões, o Santos alega que "diferentemente do que acontecia nos anos anteriores, temos como regra não pagar em vendas de atletas". E justifica o pagamento de comissões para a contratação dos três jogadores e do técnico Cuca como "norma de lidar com este custo", enfatizando que o clube não investe mais do que 5% no valor das comissões. O valor pago para a vinda de Bryan Ruiz, mais de R$ 1 milhão, é apontado "pelo tempo de contrato e pelo valor do salário e luvas" do jogador.


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