Analistas apontam estilo ofensivo nos times de Ariel Holan, mas defesa precisa de atenção

A Tribuna conversou com jornalistas argentinos e chilenos que acompanharam de perto os últimos trabalhos do profissional de 60 anos

Por: Bruno Lima  -  23/02/21  -  09:56
Comandante alvinegro tem como principais características a busca incessante pelo ataque
Comandante alvinegro tem como principais características a busca incessante pelo ataque   Foto: Reprodução/Instagram Ariel Holan

O mistério envolvendo o nome do técnico para substituir Cuca no Santos chegou ao fim. Nesta segunda-feira (22), a diretoria alvinegra confirmou a contratação do argentino Ariel Holan. E para conhecer as características do novo treinador santista, A Tribuna conversou com jornalistas argentinos e chilenos que acompanharam de perto os últimos trabalhos do profissional de 60 anos. Os entrevistados afirmam que o comandante alvinegro tem como principais características a busca incessante pelo ataque e a atenção com os garotos das categorias de base.


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Repórter do jornal Olé, da Argentina, Fabio Verona acompanhou a passagem de Holan pelo Independiente entre os anos de 2017 e 2019. Segundo ele, o novo técnico do Santos foi o responsável por devolver a identidade histórica de jogo do clube de Avallaneda, que, assim como na Vila Belmiro, é atuar de maneira ofensiva.


“Holan é um técnico muito ofensivo, que pensa sempre na meta adversária e que busca o protagonismo em todos os jogos. Ele arma os seus times com vocação para atacar. Ele foi um treinador que chegou ao Independiente, no início de 2017, e devolveu ao clube a sua identidade e sua essência", revela Verona.


"O estilo de jogo ofensivo, com times que assumem o protagonismo em todos os estádios, seja como mandante ou visitante, e que saem para buscar as vitórias, é o estilo que a torcida do Independiente sempre venerou. Foi assim que ele encantou os torcedores do Independiente e consagrou o seu trabalho com o título da Copa Sul-Americana de 2017, sobre o Flamengo, no Maracanã. Essa conquista é muito celebrada pelos torcedores devido à identidade, estilo e a postura que a equipe apresentava", acrescenta o jornalista do Olé.


Repórter da rádio Continental, também da Argentina, Gustavo Medina esteve presente no dia a dia de Holan no Independiente. E, além de ressaltar a filosofia ofensiva de Holan, ele destaca o trabalho feito pelo treinador com os garotos da base no clube argentino.


"Holan é um treinador que não tem problemas para usar os garotos da base. No Independiente foram várias revelações, como Fabrício Bustos, Alan Franco, Ezequiel Barco, que foi importantíssimo na conquista da Copa Sul-Americana e logo depois foi negociado com o Atlanta United, dos Estados Unidos, por 12 milhões de euros. Holan gosta de jogadores experientes, mas não tem problemas com a base", diz Medina.


Apesar de ter deixado o Independiente em 2019, as revelações de Holan seguem se destacando no clube. À frente da equipe, ele promoveu Alan Velasco, com apenas 16 anos, e hoje, com 18, é um dos principais jogadores da equipe e já desperta interesse de clubes europeus.


No Chile


Responsável por conduzir a Universidad Católica ao título do Campeonato Chileno, Holan também deixou a sua marca no clube de Santiago. De acordo com o Rumai Ugarte, repórter da revista En Busca Del Gol, o treinador argentino pode ser definido como um técnico que costuma propor o jogo com os atacantes pelos lados do campo.


"Holan atua regularmente no 4-3-3. Esse é o esquema preferido dele. Ele não tem o hábito de jogar com um 10 de criação no meio-campo. A sua preferência para construir as investidas é pelos lados do campo. Suas equipes são bem ofensivas.


Costuma ir ao ataque o tempo todo. Ele é um treinador propositivo. Trata de pressionar a saída de bola dos rivais e, depois que recupera, investe em ataques pelos lados", fala Ugarte, antes de também salientar a atenção com os jovens.


"É um treinador que, assim como fez no Independiente, usou muito as divisões de base na Universidad Católica. Ele é um treinador que não cria problemas se perde um jogador durante o torneio por lesão, transferência ou convocação. Podemos dizer que é o técnico ideal para clubes que querem renovar o elenco", completa.


Defesa e substituições


Mas nem tudo é perfeito nos trabalhos de Holan. Conforme esses jornalistas, o argentino tem pontos fracos.


Medina, por exemplo, chama a atenção para a desatenção defensiva dos seus times. "Como jogam sempre buscando o ataque, os times do Holan criam muitas oportunidades de gols. Porém, no Independiente chamava a atenção a quantidade de oportunidades que eram desperdiçadas. Um outro detalhe era em relação à defesa. Por conta dessa postura ofensiva, os times dele sempre sofriam defensivamente, também lados do campo".


Para Ugarte, Holan cometia erros quando precisava mudar a equipe durante as partidas. "Ele tem dificuldades para acertas nas substituições. Suas mexidas às vezes complicam o time. E por ser muito propositivo, o seu time acaba sendo muito fácil de ser contra-atacado", finaliza.


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