
Aos 31 anos, Diego Pituca firmou contrato com o Santos até o final de 2026 ( Foto: Raul Baretta/Santos FC )
Passaram-se três anos, mas parece até que ele nem saiu da Vila Belmiro, tamanha a desenvoltura em campo com a camisa do Alvinegro e a sintonia com a torcida. Santista declarado, Diego Pituca, de 31 anos, sofreu com o rebaixamento para a Série B do Brasileirão, mas, no retorno ao clube do coração, não vê a hora de acabar com o tabu de nunca ter conquistado uma taça pelo Peixe. Titular absoluto e dono da tarja de capitão, Pituca conversou com A Tribuna, entre outros assuntos, sobre a sua relação com o Santos, as metas na temporada e a “fome” por títulos.
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Após três anos no Japão, você se mostra à vontade em campo. Sentiu dificuldade de readaptação ao futebol brasileiro?
O Campeonato Japonês é mais rápido, mas o japonês tromba e corre bastante. Aqui no Brasil é um campeonato mais cadenciado, acho que pra mim foi mais fácil a readaptação, porque saindo daqui para o Japão é mais difícil se adaptar. Vindo de lá para cá fica um pouco mais fácil.
Você voltou mais forte fisicamente. Esse aspecto é mais trabalhado no Japão?
Como eles trombam bastante, senti dificuldade quando cheguei. E comecei a trabalhar com um personal trainer, a focar mais na academia. Como não gostava muito da comida japonesa, melhorei a minha alimentação e isso ajudou também. Eu comia muito lanche, e com personal e nutricionista comecei a pesar a comida, comer coisas que eu não comia. Odiava comer salada, hoje como bastante. Academia também não gostava e hoje não saio dela.
Você chegou com status de titular, mas precisava jogar bem para confirmar isso. E rapidamente virou titular e capitão, parece que nem saiu da Vila.
Eu gosto muito do Santos, é onde quero estar e me sinto muito feliz. Quando voltei, o único time que falei para o meu empresário que queria jogar era o Santos. E sobre ser capitão, é uma coisa que aconteceu muito rápido, não esperava. Espero estar honrando a faixa.
Como é usar a tarja com o Z de Zito no braço?
Jogar aqui já é uma responsabilidade muito grande. E colocar a faixa de capitão, do Zito, acaba aumentando ainda mais, mas acho que estou preparado para assumir essa responsabilidade e estou me saindo bem.
Você acertou com o Santos em 2023, mas teve que reajustar o contrato após o rebaixamento. Foi sondado por outros clubes, mas o coração bateu mais forte?
Eu tinha proposta para ficar no próprio Kashima, mas queria voltar e falei que só não voltaria para cá se o Santos não me quisesse. A gente acabou assinando pré-contrato ano passado, mas infelizmente não consegui vir para tentar ajudar a equipe. Depois, tive uma conversa com o Gallo, quando acabou meu contrato com o Kashima, e a gente entrou num acordo bom para mim e para o Santos.
Você e o João Schmidt tinham uma rivalidade no Japão? Conte essa história.
Foi num jogo em Kashima, numa bola lateral, ele acabou me acertando e a gente discutiu. O mais legal é que o Carille viu isso e quando a gente chegou aqui, no primeiro dia, ele chamou para conversar, na resenha mesmo, e falou: ‘Eu não vou ter trabalho com vocês dois, né?’ (risos). Eu e o João nos damos bem, a gente tá conseguindo se entender, dentro e fora de campo, o João é um cara do bem.
O Carille elogiou o seu perfil, de “uma liderança meio quieta, mas líder pela atitude, comportamento”. Você nunca explodiu?
Não, eu sou um cara mais tranquilo, sossegado, você sempre vai me ver sorrindo, não sou um cara de ficar falando muito. Como o Carille falou, de eu treinar bastante, de querer sempre vencer e ajudar o Santos, acho que isso me fez também ser um dos capitães.
Você é santista declarado. Qual a primeira lembrança que tem de sua relação com o Santos?
Eu tinha uns 10, 11 anos, e lembro da primeira camisa que ganhei. Meu pai é corintiano doente e meu tio falou que eu iria ser santista, me deu uma camisa do Santos e comecei a assistir mais o time. A gente tinha que ficar pedindo ao meu pai para ir na casa dos meus amigos assistir aos jogos de Santos ou ir a algum bar lá perto, para ficar de longe assistindo. E graças a Deus estou aqui até hoje.

Pendurado, Pituca não enfrenta a Inter de Limeira e será preservado para o jogo das quartas ( Foto: Raul Baretta/Santos FC )
Quando você chegou ao clube, em 2017, disse: “Agora sou um Menino da Vila”. O que você lembra desse dia?
Foi a realização de um sonho, o tanto que eu batalhei. Não só eu, mas minha família, se estou aqui hoje é por causa dos meus pais, que nunca desistiram. Agora já estou um pouquinho mais velho, mas ainda continuo o Menino da Vila. É um prazer poder estar aqui, espero estar sempre à altura para conseguir meus objetivos, ajudar o Santos a subir, a ser campeão.
Como foi acompanhar o pior ano da história do Santos, em 2023, de tão longe?
Difícil. Você fica com aquele sentimento de não poder ajudar, sabe? Eu fiquei assim o ano passado, foi difícil para nós, santistas, mas agora não adianta ficar pensando no passado, a gente tem que olhar para o futuro. Começamos o ano muito bem, todo mundo aqui honrando essa camisa para que a gente consiga no final do ano colocar o Santos onde ele não deveria ter saído.
Como foi a passagem do Neymar pela Vila naquele jogo contra o Corinthians? Dá para sonhar em jogar com ele?
Foi um sonho. Você ter um dos maiores ídolos do clube e do Brasil com a gente é motivo de muita alegria. Espero que ele possa voltar o mais rápido possível e que a gente consiga fazer um ano bom aqui para, quem sabe, o ano que vem ele possa voltar e nos dar alegria.
Qual o peso de fechar a primeira fase na liderança geral do Paulistão?
É importante, porque a gente trabalha no dia a dia. A gente fez um jogo ruim contra o Bragantino, acabamos perdendo, mas ainda temos chance de ser primeiro geral, vamos buscar isso no sábado contra a Inter (de Limeira). A gente depende também do Palmeiras ter um resultado negativo, mas temos que primeiro ganhar e depois ver o que acontece.
Você prefere jogar as quartas de final contra a Portuguesa na Vila ou na Neo Química Arena?
Eu prefiro jogar na Vila, mas isso a gente deixa sob comando do presidente. Se ele achar que a gente deve jogar na arena, a gente vai jogar na arena. Se ele achar que a gente deve jogar lá em Ribeirão (Preto), a gente vai jogar em Ribeirão. Somos funcionários do clube, vamos jogar do mesmo jeito e entrar para vencer.
Em campo, qual a diferença de jogar com a Vila lotada e com o MorumBis lotado, como foi contra o São Bernardo?
A Vila é a nossa casa, mesmo que caiba menos pessoas, eu prefiro jogar aqui. Mas é lógico, a gente entende a necessidade do clube ter mais renda, também muitos torcedores são da Capital. Então, independente de onde vai jogar, vamos dar o nosso máximo pra conseguir os nossos objetivos.
Apesar da boa campanha no Paulistão, não tem como deixar de pensar na obrigação de subir à Série A. Como administrar essa pressão?
A gente primeiro está pensando no Paulistão. Depois que acabar, a gente começa a pensar no Brasileiro, porque não adianta querer queimar etapa. Vamos pensar em fazer uma boa campanha, como vem fazendo, e quem sabe Deus nos abençoe e a gente consiga ser campeão. E depois a gente começa a pensar no Brasileiro.
Você ainda não foi campeão pelo Peixe. Esse tabu acaba esse ano?
Estou trabalhando muito com meus companheiros, esse é um dos maiores objetivos, ser campeão no Santos, colocar meu rosto no muro, mas vamos passo a passo.
Se for pra escolher um título, prefere o do Paulista ou da Série B?
Não tem como escolher um, eu quero os dois, a gente tem que pensar grande, né? (risos).
O Carille também falou que gosta de título...
A gente quer os dois. Eu quero o Paulista, o Brasileiro. Tudo o que a gente entrar, quer ser campeão, ainda mais representando um time tão grande como o Santos.
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