No esporte desde os 14 anos, Thayná Urbano, hoje com 19, se divide cotidianamente entre duas importantes tarefas: a de se dedicar ao atletismo de alto rendimento e a de cuidar de Manuelly Vitória, sua filha, de dois anos. Em entrevista cedida à Tribuna On-Line, a atleta de Praia Grande contou como concilia a rotina de treinos com a maternidade.
"É um cotidiano muito complicado, mas prazeroso", comentou ela, que levanta bem cedo, às 6h, deixa a filha na escola, cumpre funções domésticas, estuda, cuida da pequena e ainda treina basicamente três períodos ao dia. De segunda a segunda.
Pela manhã, ela faz um treino para produzir soltura da musculatura. Durante a tarde, além de realizar um treinamento físico de fortalecimento muscular, ela ainda pega nos livros para se preparar para as provas restantes para concluir o Ensino Médio e depois poder ingressar na faculdade de Nutrição. Já na parte da noite, ela corre em uma pista de Cubatão.
Thayná compete como fundista na categoria sub-23 e representa a equipe Santos/Fupes/Memorial no atletismo regional e nacional. Seu esforço nas pistas e nas ruas já rendeu a ela diversas conquistas e medalha, tanto na Baixada Santista quanto fora.
Ano passado, ela teve uma temporada notória ao ter subido ao pódio em competições de rua, no Campeonato Santista da modalidade, nos Jogos Regionais e no Campeonato Estadual, conseguindo ouro, prata e bronze nestes torneios.
A praiagrandense participa de provas de 1.500 metros para cima. "Também corro 5 mil e 10 mil. Às vezes, eu corro 800 metros para adquirir mais velocidade", disse.
Gravidez e planos interrompidos
Se tornar mãe tão cedo não constava nos planos de Thayná. "Acabei engravidando aos 17 anos por acidente e descuido, porque tive que parar de fazer uso de anticoncepcional. O medicamento estava me dando um aumento de peso muito grande e atrapalhando meus rendimentos no atletismo, então decidi não tomar mais", afirmou a mãe de Manuelly, que é filha de dois esportistas do atletismo.
Foi aos três meses de gestação que Thayná descobriu que estava grávida. "Cheguei a continuar treinando mais leve, mas tive que parar por complicações na gravidez. E quando minha filha nasceu, eu fiquei tão apaixonada por ela que só quis me dedicar a esse momento importante", disse ela, que conta com a ajuda da mãe para cuidar da filha durante seus treinos noturnos.
Além de terem obrigado a fundista a dar uma pausa em seus estudos, a gravidez e a maternidade acabaram interrompendo, por um tempo, alguns hábitos dela e tardando a busca pelo êxito de algumas metas dentro do esporte.
'Minha filha me dá forças para ter garra'
O que foi uma surpresa que pegou a atleta desprevenida se tornou sua maior motivação. "A Manuelly foi o melhor acidente que aconteceu na minha vida. Minha filha, hoje, é minha base, minha inspiração. É nela que eu consigo forças para seguir em frente e ter garra para acordar todos os dias e buscar novos objetivos", declarou.