A moradora de Praia Grande e fisiculturista, Michelle Ibata, de 30 anos, está a algumas semanas de participar do campeonato mais importante de sua carreira até hoje.
Acumulando prêmios desde sua profissionalização em 2021, ela vem se preparando para disputar o Mister Olympia (Mr. Olympia), uma competição internacional que irá ocorrer em Las Vegas no dia 15 de dezembro. Antes, ela viaja para o Havaí onde fará uma última apresentação.
“Estou confiante para essas próximas apresentações. Já venho treinando há muito tempo. Só de lembrar, já fico ansiosa”, contou a atleta em entrevista para A Tribuna.
Natural de São Paulo, Michelle se mudou para Praia Grande em 2006, época em que conta ter começado a frequentar a academia. “Quando cheguei aqui não conhecia muita gente. Demorei para fazer amizades. Conheci meu marido e ele me incentivou a começar a treinar e me apaixonei”.
No início, a atleta treinava em uma academia de bairro e conta que começou a tomar gosto e se dedicar cada vez mais. Passado um tempo, as pessoas começaram a perguntar se ela era fisiculturista e começaram a incentivá-la, falando que ela levava jeito e que poderia se dar bem na área.
“Com o incentivo do pessoal, decidi fazer a minha primeira preparação e competi no maior campeonato amador do país, o Mr. Olympia Brasil”.
Logo em sua primeira participação, Michelle ficou com a oitava colocação. Após alguns anos, ela conta ter ganhado mais de dez campeonatos e, em setembro de 2021, voltou a disputar o Mr. Olympia Brasil.
Mais preparada para a segunda tentativa no campeonato, a atleta saiu como campeão de todas as categorias e, com isso, garantiu a sua profissionalização no esporte.
“A minha segunda participação no Mr. Olympia Brasil foi com um nível muito alto, competi com mais de 50 atletas. Foi sensacional”.
Com a profissionalização, Michelle explica que pode começar a competir em campeonatos internacionais. Desde então, ela já participou de uma apresentação no México e duas nos Estados Unidos.
A última competição internacional foi a Heart of Texas, realizada no dia 27 de agosto, em Dallas, nos Estados Unidos. Com a vitória na competição, ela cravou a sua ida ao Mr. Olympia, que será realizado no dia 15 de dezembro, em Las Vegas.
“O Mr. Olympia é o campeonato mais importante no fisiculturismo. É um campeonato muito difícil, as atletas treinam o ano todo para estar ali, é um nível muito alto. São os melhores do mundo competindo”, completou a atleta que ainda definiu a competição como a Copa do Mundo do Fisiculturismo.
Ficar entre as cinco melhores é o principal objetivo da atleta na competição, que diz que só de poder participar já é um grande passo.
Rotina de treinos e alimentação
Para manter a boa forma e se manter no alto nível, Michelle conta que precisa manter uma rotina de treinos bem pesada, chegando a treinar 7h por dia.
Tendo Hélio Paiva de Oliveira Júnior, que também é marido de Michelle, como treinador, a atleta sempre realiza exercícios que buscam trabalhar bem especificamente as musculaturas que precisa desenvolver para se enquadrar na categoria.
“Treinar uma atleta no nível da Michelle é uma honra para qualquer treinador, ela tem uma força e consciência corporal incrível”, comenta Hélio, que ainda diz que ao entrar na academia, a relação de marido e mulher acaba.
Ele ainda explica que é necessário tomar cuidados com a preparação do atleta ao realizar os movimentos e sempre manter a periodização dos treinos, além de manter um cuidado extra em retas finais de preparação, quando o atleta acaba ficando mais debilitado devido ao nível de ingestão calórica.
Mas a preparação não fica só na academia. Fora dela, Michelle precisa manter uma alimentação correta, pesada de acordo com o nível de preparação. “Se estou perto de uma competição, a alimentação vai ficando mais restrita”.
E com tantas competições em cidades e até países diferentes, a atleta conta que a rotina muda muito ao viajar.
“Quando viajamos, levamos praticamente a nossa casa, pois tenho que manter o cronograma de treinos e dieta e nós precisamos nos adaptar. Dependendo do país, fica até difícil de encontrar algum lugar que tenha um espaço bom para treinos”.
E mesmo com valores em dinheiro como premiação, Michelle conta que viajar é a parte mais difícil na área. Segundo a atleta, as viagens chegam a custar cerca de R$ 25 mil. “A hospedagem, passagem aérea e inscrição nos campeonatos são muito caros. Todos os custos saem dos nossos bolsos”.
Próximas competições
Após o Mr. Olympia, Michelle explica que dará um tempo para seu corpo se recuperar antes de voltar a se apresentar. “O corpo fica muito cansado depois dos campeonatos. Ano que vem já devo participar de outras apresentações. O primeiro seria o Arnold, também nos Estados Unidos”, completou a atleta.