Alê Negrão se divide entre o basquete e as aulas de samba rock

Santista administra o tempo com suas duas paixões, e vê futuro na dança de salão

Por: Lucas Pinto & Colaborador &  -  25/08/19  -  13:55
Alexandre Gonçalves, o Alê Negrão, dá aulas de samba rock após os treinos de basquete
Alexandre Gonçalves, o Alê Negrão, dá aulas de samba rock após os treinos de basquete   Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

Aos 26 anos, do alto de seus 2,03 metros, o santista Alexandre José Gonçalves é, além de jogador de basquete, dançarino. Também conhecido como Alê Negrão, ele divide seu tempo entre o basquetebol e o samba rock, dança de salão surgida em São Paulo no final dos anos 50. Como já indica o nome, o ritmo é uma mistura dos movimentos do rockabilly americano e o gingado do samba brasileiro.


Para ele, é difícil dizer qual paixão fala mais alto, o basquete ou a dança. Se tiver de escolher, vai com o primeiro, mas vê seu futuro no último.


“O basquete é a prioridade, é o divisor de águas na minha vida. A dança é um hobby que futuramente posso levar mais a sério quando parar de jogar, se conseguir estudar mais, ter apoiadores e fortalecer meu projeto”, comenta.


Alexandre conta que começou no basquete aos 10 anos no Clube Internacional de Regatas. De lá, passou por equipes em cidades do interior de São Paulo e conquistou medalhas em torneios juvenis.


“Em 2010, saí do Inter para o basquetebol de Franca. Conquistei o título estadual e dos Jogos Abertos do Interior na minha categoria. No ano seguinte, aos 18 de idade, fui convidado pra jogar no time de Santo André, onde fui vice-campeão nos Jogos Regionais, na categoria juvenil”.


Da cidade do ABC Paulista ele foi até Barueri, em 2012, onde também conquistou um vice-campeonato e foi selecionado para a seleção estadual em um ano. Foi em 2013 que voltou para Santos, dessa vez como parte da equipe Memorial/Santos/Fupes.


“Recebi proposta no meio da temporada para ir para Goiânia. Fui, mas fiquei só quatro meses por problemas de atraso no pagamento. Daí, voltei pra Santos de novo graças ao apoio do Memorial/Fupes”.


Desde então, Alexandre conta que “bateram na trave” muitas vezes em torneios. Mas este ano a equipe que representa a cidade foi campeã dos Jogos Regionais, e agora se prepara para os Jogos Abertos do Interior 2019. “Vamos buscar o título”.


Dança


Quem vê o ala e pivô numa quadra sem conhecê-lo não imagina que ele é apaixonado por samba rock. A paixão pela dança veio depois de começar a carreira com a bola laranja. Ao ver um então companheiro dançar, decidiu que faria o mesmo para aliviar a rotina.


“Num antigo time, em 2011, conheci um rapaz, o Carlinhos, e vi ele dançando um dia. Por causa do estresse no basquete, decidi começar a dançar também. Nunca mais parei”, lembra Alexandre.


Corneta


Alexandre conta que, no começo, se dedicava à dança sempre que tinha um horário vago entre os treinos de basquete, em todas cidades por que passou. Quando os colegas de equipe descobriam seu hobby, faziam graça. “Os caras não iam (nas aulas), tiravam sarro. Mas quando saíamos e me viam dançando, todo mundo queria aprender. Impressionante. Eram todos uns caras de pau, eu dava risada”.


De volta à cidade natal, o jogador e dançarino criou o projeto Samba Rock Santos. São mais de cinco anos de aulas para alunos da região. No projeto, quem mais o apoia é sua esposa, Flávia Sheroldow, que ele conheceu quando esteve em Barueri e trouxe pro mundo da dança. “Conheci ela na época, que foi quando começamos a namorar. Quando voltei pra Santos, fiquei um ano morando longe e depois a trouxe. Hoje, ela dá aula comigo”.


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