Sem remédio eficaz, médicos seguem no combate à Covid-19

Dia deles, comemorado neste domingo, marca a importância dos profissionais durante a pandemia

Por: Maurício Martins  -  18/10/20  -  21:34
Médico intensivista Marco Cavalhero, coordenador da UTI adulto do Hospital São Lucas
Médico intensivista Marco Cavalhero, coordenador da UTI adulto do Hospital São Lucas   Foto: Divulgação

O trabalho não para. No Dia do Médico, neste domingo (18), muitos deles estão de plantão. Os pacientes continuam a chegar, embora em menor número, e a covid-19 ainda não tem remédio eficaz. O médico intensivista Marco Cavalhero, de 56 anos, coordenador da UTI adulto do Hospital São Lucas, em Santos, ressalta o desafio de organizar o atendimento sem protocolos definidos e sem conhecer a evolução da doença.  


Com a experiência em tratamento de pacientes graves, ele afirma que lidar com a covid-19 é diferente. “A doença é de difícil prognóstico, por não conhecermos ao certo sua fisiopatologia. Isso, emocionalmente, causa angústia, sensação de impotência e depressão, diante dos casos. Lidar com a ansiedade e pânico dos familiares e do paciente, que ficam separados devido ao isolamento, tem sido muito difícil emocionalmente”.  


Apesar do desgaste, o número maior de pacientes curados motiva Cavalhero, que reafirma o amor pela profissão. “É saber que posso fazer a diferença a um indivíduo que esteja doente, dando a ele a chance de recuperação e alívio ao algum sofrimento que possa estar passando. Faço isso de coração”. 


Cuidado com as crianças 


A pediatra Maria Heloiza Torres Ventura, coordenadora do setor de Pediatria do Ponto Atendimento da Unimed Santos, acompanhou crianças que ficaram internadas por causa da covid-19, ainda que em número muito inferior ao de adultos. Segundo ela, a pandemia fez com que as famílias ficassem abaladas, ampliando o papel do médico.  


A pediatra Maria Heloiza Torres Ventura, do Pronto Atendimento da Unimed
A pediatra Maria Heloiza Torres Ventura, do Pronto Atendimento da Unimed   Foto: Divulgação

“Precisamos aprender a lidar com a parte de saúde mental, quadro de crianças ansiosas, separadas de seus avós, que viveram o luto sem despedidas de parentes mais velhos. Crianças fora da escola, que viveram o isolamento de uma maneira intensa”, diz ela, explicando que aumentaram casos de acidentes domésticos envolvendo crianças.  


“Ser médica é uma possibilidade de ter várias famílias, principalmente na minha área. É recompensador participar crescimento saudável de um ser humano. Jamais me arrependi da minha escolha. Meu pai é médico, sempre sonhei em ser como ele. Hoje sou”. 


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