Wilson Cardoso nega traição em eleição da Mesa Diretora da Câmara de São Vicente

Presidente reeleito do Legislativo se pronunciou pela primeira vez após votação do dia 6 de dezembro

Por: De A Tribuna On-line  -  21/12/18  -  09:20
Segundo Wilson Cardoso, 90% dos apontamentos do TCE foram cumpridos
Segundo Wilson Cardoso, 90% dos apontamentos do TCE foram cumpridos   Foto: Alberto Marques/AT

O presidente reeleito da Câmara de São Vicente, Wilson Cardoso (PSB), se pronunciou pela primeira vez após a votação que o reconduziu ao cargo, em 6 de dezembro. O parlamentar, que havia subscrito um documento de apoio ao vereador Felipe Rominha (PSDB) para a presidência do Legislativo, surpreendeu ao aparecer como terceira via na véspera do pleito.


O pessebista participou, nesta quinta-feira (20), do programa "Manhã de Notícias", da rádio "Nova FM", em São Vicente. O edil foi eleito com o apoio do grupo de oposição ao tucano - que tinha a intenção de lançar a candidatura de Sargento Barreto (PPS), mas negou que tenha havido traição de sua parte.


"Você escolhe, no início da campanha eleitoral presidencial, o João da Silva. Mas, nos últimos dias, você vê que o José tem propostas melhores, que pode dar sequência [ao trabalho]. Quando você muda seu voto, é traição? Para mim, não é. Para mim, não houve traição. O parlamento é democrático, é a arte de convencer. Ganha quem convence", disse Cardoso.


O parlamentar ressaltou que, caso Barreto ou Rominha fossem eleitos, a Câmara de São Vicente "estaria bem representada". Além disso, ele destacou que, a todo momento, tentou buscar o consenso antes da votação.


"Gosto muito de dialogar, buscar a harmonia, tanto dos poderes quanto da Casa. Nós conseguimos, em 2017 e 2018, manter a casa coesa. Não houve nenhuma polêmica entre vereadores. Sempre discutíamos, de forma ampla, os projetos para levar a plenário e serem votados, com a liberdade de votar contra ou a favor. Na quarta-feira, eu já havia sinalizado minha reeleição. Tanto que nós tentamos o consenso", argumentou o vereador.


Segundo Cardoso, havia uma articulação para que os representantes das duas chapas abrissem mão da candidatura para a reeleição do pessebista. O representante do PPS recuou da intenção, enquanto o tucano, não. O vereador tentou minimizar a questão ao exaltar as conquistas como presidente da Casa nos dois primeiros anos.


"Quando pegamos a Casa, em 2017, precisava de um choque de gestão, e assim fizemos. Tanto que, em dois anos, já estamos beirando R$ 9 milhões em devolução [do duodécimo ao Executivo]. Eu tenho mais uma quantia para ser devolvida. Então, vamos chegar perto de R$ 10 milhões em devolução em dois anos. Nós corrigimos quase 90% dos apontamentos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Nós conseguimos regulamentar a Lei de Acesso a Informação. Criamos a Ouvidoria, criamos o teto constitucional, ninguém ganha acima do prefeito. Nós fizemos um bom trabalho, transparente, dinâmico. Diante disso, houve um movimento para que eu fosse reeleito. Não partiu de mim", explicou o edil.


Por fim, Wilson Cardoso também comentou sobre a tentativa de agressão por parte do candidato derrotado após a votação. Em um vídeo que circulou nas redes sociais, após cumprimentar o adversário político, Felipe Rominha tenta empurrar o pessebista, sendo afastado por outros parlamentares. Segundo o presidente da Câmara, o fato está superado.


"Foi um ato, pelo que conheço o Felipe, sem pensar. Mas está superado. Está tranquilo. A Casa não terá divisão. Lá é o parlamento, é a arte da conversa. Todo mundo tem dez minutos para falar, expor suas ideias e falar contra ou a favor. Agora, nós temos que pensar na cidade. Nossa bandeira é a bandeira de São Vicente. Não podemos deixar nossas vaidades acima da cidade, acima do interesse comum. Para isso nós fomos eleitos, para representar o povo. Quando a gente assume o parlamento, assume um cargo público, acaba o 'eu'. Passamos ao 'nós', ao bem comum.


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