Quem frequenta o deck na Biquinha, em São Vicente, começa a ver com desconfiança o trabalho de revitalização que está sendo realizado no local. O andamento das obras está lento e o concreto do equipamento já apresenta pontos de quebra.
Em 2016, a área chegou a ser interditada por conta do risco de circurlar pelo local. A Prefeitura anunciou uma reforma, que seria feita com verba oriunda do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur), no valor estimado de R$ 2,5 milhões, para recuperação da madeira e concreto.
Porém, pouca coisa mudou de lá para cá. O piso de madeira continua com buracos e basta andar por ali para perceber que, em alguns trechos, a tábua range e está prestes a ceder.
Insatisfação
“Isso está tudo largado. Para as madeiras não se soltarem de vez e levantarem, a gente coloca umas pedras em cima”, conta o administrador de empresas Carlos Pereira, de 50 anos. Há mais de 15 anos, ele usa o espaço para pescar e fala que a situação piorou com as obras inacabadas.
“O quiosque estava todo sujo. Bastava manutenção. Mas eles preferiram quebrar tudo. Agora, fica difícil até para o meu pai, de 88 anos, andar por aqui para pescar. Foi desnecessário”, queixa-se.
O aposentado Álvaro Libanori, de 68 anos, está acompanhando de perto os trabalhos no local. “São só dois homens para fazer o serviço todo. Levaram mais de 20 dias para quebrar parte do piso que estava aí. Nesse ritmo, a obra vai longe”.
Ele acha que o local precisava de um cuidado, mas reclama que a primeira providência do projeto foi retirar o banheiro público do deck. “Precisamos de uma infraestrutura mínima para passar um tempo por aqui”.
Quem mora perto do local também não está nada feliz com o jeito que os trabalhos estão sendo tocados.
“Junta esse monte de entulho, mato, falta de limpeza, morador de rua, assalto e o que sobra para a Biquinha? Esse deveria ser o cartão postal da temporada, mas está largado. E ainda pagamos um dos IPTUs mais caros da região”, desabafa um aposentado que não quis se identificar.
"Não oferece risco"
Apesar dos buracos e do piso mole que a Reportagem conferiu no deck, por nota, a Prefeitura garante “que a estrutura de madeira não oferece risco aos pescadores e que o espaço recebe manutenção periódica”.
Já as obras que acontecem no local atualmente começaram no final de novembro e têm 12 meses para ficar pronta.
Orçado em R$ 300 mil, vindos do Dadetur, órgão ligado ao Governo do Estado, o projeto prevê a demolição do banheiro, novo piso em concreto, plantio de grama, adequação de rampas, instalação de aparelhos de ginástica e iluminação. Mas, para tristeza dos frequentadores do espaço, não há previsão de sanitários ali.
Essa deve ser a primeira etapa da revitalização. Em outra fase, ainda sem data para começar, a Prefeitura diz que vai focar na estrutura do deck e no piso de madeira.