Ex-prefeito de São Vicente rebate secretário de Governo: 'Leviano e calunioso'

Luis Cláudio Bili diz que dívida deixada para a atual administração foi de R$ 4 milhões, e cobra que Executivo volte a pagar o 14º salário a professores

Por: Bruno Gutierrez  -  14/01/19  -  18:09
Ex-prefeito de São Vicente, Luis Cláudio Bili
Ex-prefeito de São Vicente, Luis Cláudio Bili   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A crise envolvendo a coleta de lixo em São Vicente ganhou um novo capítulo. O ex-prefeito Luis Cláudio Bili (sem partido) rebateu o atual secretário de Governo do município, Jefferson Teixeira, e disse que a dívida deixada por sua administração no contrato envolvendo a empresa Terracom foi de R$ 4 milhões.


Em entrevista ao G1, Teixeira ligou a desistência da companhia em aceitar o contrato emergencial com São Vicente a uma dívida de R$ 29 milhões, sendo que, desse total, R$ 20 milhões seriam herdados da gestão do ex-chefe do Executivo vicentino. Bili disse ter recebido com tristeza a fala do membro do governo Pedro Gouvêa.


"[Ele atuou] de uma forma leviada e caluniosa. O atual secretário, Jefferson [Teixeira], fazia parte da equipe de transição do prefeito. Ele participou das duas reuniões junto ao Ministério Público, onde assumimos um Termo de Ajustamento de Conduta [TAC]. Eu entreguei o governo devendo, apenas, R$ 4 milhões. Ficou assinado nesse TAC de pagar R$ 2 milhões em janeiro de 2017, e em março - porque no fim de fevereiro era carnaval -, ficou confirmado de pagar os outros R$ 2 milhões", disse Bili.


Segundo o ex-prefeito, a "coleta de lixo em São Vicente sempre foi um problema". "Desses R$ 30 milhões, com certeza, R$ 26 milhões são do próprio governo. A própria empresa já falou que essa dívida é de 2018. Não tem nada a ver com o meu período", ressaltou o ex-chefe do Executivo de São Vicente.


Luis Cláudio Bili assinalou que, no período agudo da crise, chegou a dever R$ 8 milhões à Terracom, mas que, no mesmo período, outras cidades da Baixada Santista tinham um débito maior com a empresa. "Cubatão chegou perto de R$ 40 milhões. E Santos, por exemplo, no mesmo período, devia R$ 96 milhões. Cubatão chegou a parar alguns dias, e Santos não parou nenhum dia. Que bom que a sociedade santista não foi penalizada. Eu devia apenas R$ 8 milhões, e chegaram a parar por 30 dias", comentou Bili, que disse ter sido penalizado em um momento onde uma "cidade pujante vizinha como Santos devia quase 13 vezes mais".


Por fim, o ex-prefeito disse que não faz a política do quanto pior, melhor. Ele destacou que, durante seu governo, não aumentou o Impostosobre a Propriedade Predial e Territorial Urbanaou o Imposto PredialeTerritorial Urbano (IPTU) acima da inflação, e garantiu ter dado reajuste com aumento real aos servidores e pago o 14º salário aos professores da rede pública municipal.


"O atual governo, que ele representa, aumentou o IPTU acima da inflação, aos 12%. Não deu aumento real aos servidores e cortou o 14º salário dos servidores. Gostaria que ele voltasse a pagar esse salário aos professores", finalizou Bili.


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