Vizinhos solidários ampliam proteção em bairros santistas

Rede de contatos ajuda a PM na segurança da cidade

Por: Eduardo Brandão & De A Tribuna On-line &  -  21/01/19  -  10:17
  Foto: Nirley Sena / AT

Ganham força, em Santos, redes de comunicação em que cidadãos ajudam a Polícia Militar (PM) a ampliar a sensação de segurança nos bairros. O projeto Vizinhança Solidária já tem 46 grupos na Cidade – expansão de 54% em três meses, segundo a corporação.


Em outubro, no projeto Região em Pauta – encontros mensais realizados por A Tribuna para debater assuntos estratégicos para a Baixada Santista –, havia 30 células de atuação comunitária em Santos. Campo Grande e Boqueirão são os bairros com maior número de grupos. Moradores da Pompeia e da Ponta da Praia já se articulam.


Um dos pioneiros, o Boqueirão já registra resultados positivos. Adotada em outubro, a iniciativa colaborou na redução de furtos e roubos nas 13 ruas entre as vias Bento de Abreu e Bolívar, dizem organizadores e tutores dos grupos de atuação naquela localidade.


“As pessoas voltaram a circular mais pelas ruas”, diz o vereador Braz Antunes (PSD), morador do bairro. Ele destaca o engajamento dos vizinhos para os resultados iniciais do programa. A iniciativa fez com que a população ficasse “mais alerta com o que acontece ao seu redor e passasse a adotar medidas preventivas de segurança, como não falar ao celular na rua”, diz ele, para quem a sensação de segurança melhorou.


O comandante da 1ª Companhia da PM, capitão Gustavo Henrique Marques Biagio, afirma que a participação de cada morador é fundamental para a melhora nos indicadores de criminalidade. “O programa atinge seu objetivo se contar com a efetiva participação da comunidade”.


Em conjunto


O programa Vizinhança Solidária funciona em conjunto com a PM. Estabelece ações para melhorar a segurança em áreas predefinidas. “São medidas destinadas a conscientizar as pessoas da comunidade sobre a responsabilidade e a importância delas nasegurança pessoal e coletiva. Visam incentivar ações de prevenção primárias onde moram, trabalham e estudam”, comenta Biagio.


Entre as ações, orienta-se o morador a adotar medidas contra delitos e colaborar com o policiamento.
“Até mesmo pela quantidade de faixas instaladas no bairro, a bandidagem se sente ameaçada, pois sabe que qualquer morador pode acionar a rede. Por isso, sente-se uma brutal redução nas ocorrências de delitos”, diz Henrique Novaes Júnior, síndico de um condomínio participante da iniciativa e um dos tutores do grupo de comunicação.


A proposta no Boqueirão passou a ser desenhada em agosto passado, após um roubo seguido de sequestro em uma residência na Rua Dr. Acácio Nogueira. “Todos são parte da vigilância do bairro, que cria uma sensação de pertencimento. As pessoas estão interagindo mais com seus vizinhos”, continua Novaes.


Os participantes falam em ampliar a atuação conjunta, instalando aparelhos eletrônicos de segurança nas casas. Até março, uma câmera de monitoramento municipal será posta entre as ruas Bolívar e Colômbia. O equipamento foi adquirido após emenda ao Orçamento da Prefeitura apresentada por Antunes, que já fez outros dois pedidos.


Os moradores também têm investido dinheiro do próprio bolso na compra de equipamentos de segurança. Síndicos e moradores são estimulados a instalar câmeras. Residências já contam com cercas eletrificadas ou dispositivos para dificultar a ação dos criminosos. “Praticamente cada canto do quadrilátero está coberto com câmeras”, acrescenta o tutor.


O vereador afirma ter sido procurado por moradores de outros bairros que querem ter mais informações sobre o programa. “Estou me organizando para ajudá-los. E o que procuro mostrar é que não se trata de ação isolada. É necessário motivar os moradores da rua e do entorno para, aí, sim,fazer a articulação com a Polícia Militar”.


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