'Vamos entregar em 2020 mais obras que nos 7 anos anteriores', diz Paulo Alexandre

Em entrevista exclusiva, prefeito de Santos falou sobre o desenvolvimento econômico da cidade e o que projeta para seu último ano de mandato

Por: Da Redação  -  26/01/20  -  09:04
Em entrevista exclusiva, prefeito de Santos destacou o número de obras que serão entregues no ano
Em entrevista exclusiva, prefeito de Santos destacou o número de obras que serão entregues no ano   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

No último ano de seu ciclo à frente do Executivo santista, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) espera finalizar mais de cem obras até 31 de dezembro. Nova Entrada da Cidade e remodelação da Ponta da Praia surgem como carro-chefe do que ele classificou como sua parcela na “corrida de revezamento” da administração pública.


Ao próximo mandatário, Barbosa aconselha um olhar mais atento ao Centro Histórico, cujas bases para a transformação já foram lançadas.


Como o senhor entregará a cidade em 31 de dezembro?


Uma Santos melhor do que recebi. Acredito que a gente, nos últimos anos, contribuiu para que a cidade avance e cuide melhor das pessoas. Adotamos políticas públicas importantes, que garantiram avanços que tornarão Santos muito melhor na Saúde, Educação e outros setores. E com compromisso que estabeleci desde o primeiro dia de meu mandato: trabalhar para as pessoas que mais precisam do Poder Público.


Iniciaram-se estudos para projetar Santos quando completar 500 anos. Como o senhor a imagina?


Administração pública é uma corrida de revezamento: cada um faz sua parte e passa o bastão para que outro dê sequência. Nenhum governo faz tudo, apenas cumpre etapa. É importante que se tenha direcionado o que se deseja para o futuro da cidade. O que fizemos foi criar esse planejamento estratégico para determinar as prioridades do Município.


Por onde passará o crescimento da cidade?


Santos é uma cidade muito bem posicionada no cenário nacional e em rankings de qualidade de vida, desenvolvimento econômico, Saúde e Educação. Mas ainda temos muitos desafios. Não há dúvida que o futuro portuário do Brasil passa pela Área Continental de Santos. Trata-se de uma região para exploração até cinco vezes maior que a Área Insular. E isso significa mais emprego e desenvolvimento econômico.


Como alavancar o Centro?


Fizemos alguns avanços. Cito o projeto Novo Centro Velho, com algumas ações já iniciadas: vamos ter uma nova rodoviária, o Outeiro de Santa Catarina e Casa do Trem Bélico renovados. Fizemos leis de incentivos. Deixaremos toda a estrutura legal preparada (ao próximo gestor) para esse desenvolvimento. Há, inclusive, a garantia de que tudo que a prefeitura receber de outorga em empreendimentos imobiliários nos próximos dez anos seja destinado exclusivamente para o Centro. Isso está garantido em lei, e deve ser feito pelos próximos prefeitos.


Qual o caminho da revita-lização da área central?


A solução não passa por uma ação isolada, e sim um conjunto de medidas. A primeira delas é trazer pessoas e ter transporte público de qualidade. O VLT garante isso e será o principal indutor da área central. Além disso, é preciso uma legislação atraente para garantir investimentos. Fizemos alterações na Lei de Uso e Ocupação do Solo e, com isso, a área central será a mais barata para se construir e comprar imóveis na cidade.


E o Mercado Municipal nesse contexto?


O Centro Velho será o próximo desafio, e o Mercado Municipal está inserido nesse contexto. Fizemos uma importante alteração no projeto do VLT para ter uma estação na porta do Mercado. Antes de concluir nosso mandato, vamos iniciar obras importantes nesse equipamento. Estamos finalizando o projeto e buscando recursos.


Desejo histórico da região, a nova entrada da cidade é hoje uma realidade. O senhor acredita que esse será o seu legado?


O maior legado, creio eu, foi transformar a vida das pessoas com ações concretas. A entrada da cidade aparece como obra mais emblemática e simboliza isso. Santos terá uma entrada à altura do que o município e o santista merecem. E, também, assegurar a dignidade às pessoas que vivem no Piratininga, São Manoel, Chico de Paula, Alemoa, Saboó, Vila Haddad e outros bairros no entorno. Também há a questão da drenagem, pois vamos resolver os alagamentos naquele entorno. É um sonho iniciado em 2012 e que vamos finalizar em breve.


A Zona Noroeste passou nos últimos anos por uma mudança radical. O que a população pode esperar para os próximos meses?


Em meu discurso de posse, assumi o compromisso de ter um olhar atencioso àqueles que mais precisam. Apesar de Santos ter os melhores indicadores de qualidade de vida, há um desequilíbrio em algumas regiões. Uma cidade para todos exige forte investimento nas áreas mais vulneráveis socialmente. Zona Noroeste, morros, Área Continental e região central receberam um olhar especial nesse período, com o maior volume de recursos na história delas.


Quais os frutos colhidos com as Vilas Criativas?


Creio que todas as pessoas têm capacidade e talento, mas precisam de oportunidades. Assim, elas possuem a chance de mostrar suas competências e se desenvolver. A Vila Criativa tem esse objetivo. Com cursos de formação e requalificação profissional, as pessoas podem ser reinseridas ao mercado e empreender, criando seu próprio negócio e gerando emprego e renda. Também há um espaço de lazer e integração nas comunidades.


Qual o papel do Parque Tecnológico para geração de emprego?


Cumprirá a vocação de atrair grandes empresas. Fizemos uma parceria com a gigante de tecnologia, a Amazon, que estará em nossa cidade. Mas não é nossa única ação. Apostamos também na economia criativa. Santos será a capital mundial da economia criativa, em um dos eventos mais importantes já realizados no município. É a primeira vez que ele acontece na América Latina. Trata-se do setor que mais gera emprego no mundo. Santos tem muitos talentos e é importante explorar essa vocação.


Apesar de projetos, a revitalização dos primeiros 200 metros do porto organizado não avança. O que o tem emperrado?


É fundamental esse projeto avançar para devolver aquela área à cidade. Não avançamos por conta do Governo Federal, detentor da área. Não houve vontade política para realizar a reforma dos armazéns 1 ao 8 e resolver o conflito rodoviário que ali existe. A cidade fez a lição de casa e entregou o Museu Pelé.


Na Ponta da Praia, a reformulação ocorreu de forma ágil. Parcerias Público-Privadas podem destravar a área portuária?


Um dos grandes legados que deixamos em termos de gestão pública foram as inovações que promovemos. Essa visão de que o Poder Público tem que fazer tudo sozinho é ultrapassada. É preciso trazer cada vez mais a iniciativa privada para os desafios da cidade. Na Ponta da Praia, se a prefeitura fosse fazer todos os investimentos, seriam décadas de espera.


Além de atrativos, o turismo depende da sensação de segurança. Como a Cidade se prepara nesse tema?


Tudo que impacta na vida do santista deve ser motivo de ação efetiva da prefeitura. Estabelecemos parcerias com o Governo do Estado para esse setor. Cito a atividade delegada, pois fomos o primeiro município da região a formalizar esse acordo. Doamos viaturas à PM. Quando assumi, eram apenas 188 câmeras de monitoramento. Vamos fechar o ano com mais de duas mil. Investimos em infraestrutura, com novas companhias e bases da PM e Guarda Municipal.


Saúde sempre foi um gargalo. Como o senhor avalia o setor hoje?


Fizemos uma revolução. Entregamos o maior hospital da região, que é o Estivadores. Trouxemos um dos melhores hospitais do mundo (Oswaldo Cruz) para fazer a sua gestão. Nas especialidades, entregaremos no próximo mês o Ambesp, um dos mais modernos do Brasil e com atendimento aos sábados. Em urgência e emergência, três novas UPAs: Central, Zona Noroeste e a futura unidade da Zona Leste. Na atenção básica, chegaremos à décima nova policlínica com a Areia Branca. Até março, concluiremos a do Jabaquara. Nos últimos 50 anos, não houve governo em Santos que entregou essa quantidade de equipamentos de saúde.


No último ano de mandato, há projetos que ainda podem sair do papel?


Tenho dito que esse é o ano em que estou mais motivado. Estamos concluindo um ciclo de trabalho com entregas. Finalizaremos mais obras em 2020 que nos sete anos anteriores. São mais de cem obras que serão entregues, aguardadas pelos santistas há décadas.


Motivado, Paulo Alexandre vê Santos em um grande crescimento econômico
Motivado, Paulo Alexandre vê Santos em um grande crescimento econômico   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

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