UTIs de hospitais privados podem chegar ao colapso em Santos, diz prefeitura

Se isso acontecer, mesmo pacientes com planos de saúde serão atendidos na rede pública

Por: Maurício Martins  -  07/05/20  -  11:01
Prefeitura acredita que leitos extras, como na UPA Central, conseguirão atender demanda
Prefeitura acredita que leitos extras, como na UPA Central, conseguirão atender demanda   Foto: Carlos Nogueira/AT

As unidades de terapia intensiva (UTIs) dos hospitais privados de Santos podem entrar em colapso nos próximos dias, caso o número de pessoas contaminadas pelo coronavírus continue a aumentar na região. Se isso acontecer, mesmo as pessoas que têm planos de saúde precisarão recorrer à rede pública.  


A informação foi destacada nesta quarta-feira (6), pelo secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, durante reunião sobre a plataforma Monitoramento Santos Covid-19 (www.santos.sp.gov.br/saude/dadoscoronavirus), que divulga estatísticas sobre a doença. Ele respondeu ao questionamento da vereadora Telma de Souza (PT), feito por videoconferência, sobre essa possibilidade. 


Nesta quarta, o índice de ocupação de leitos de UTI nos hospitais particulares da cidade era 83,5%, contra 60% das unidades públicas (do município e do Estado). “Muito provavelmente teremos o esgotamento da rede privada. Talvez não em muito tempo e isso nos preocupa. Fatalmente as pessoas da saúde suplementar se farão valer da saúde pública”, ressalta Ferraz. 


O secretário avalia, porém, que com os novos leitos previstos para covid-19, o município terá condições de atender a todos os casos graves de internação. Ele lembra que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central ainda abrirá mais cinco vagas de UTI e o Hospital da Zona Noroeste, mais 13. 


Além disso, Ferraz conta com a abertura do Hospital Vitória, na Vila Belmiro, unidade particular que estava vazia e foi cedida para a prefeitura. No local cabem até 130 leitos, ao menos 17 seriam de UTI. Mas ainda é preciso de dinheiro para equipá-lo. “Temos conversando intensamente com o Estado e o Governo Federal, buscando apoios. O custo é expressivo, de R$ 4 milhões por mês”. 


Dados on-line  


A plataforma Monitoramento Santos Covid-19 disponibilizou novos dados detalhando o perfil dos pacientes infectados e mortos na cidade. Quanto aos óbitos, a maior parte é de idosos entre 80 e 89 anos, 32,8%, e de homens, 63,9%. O maior número de mortes é de moradores da Vila Nova (9) e Aparecida (8). 


Entre os doentes, a maioria tem entre 40 e 49 anos (22,1%), é do sexo feminino (54,7%) e mora no Boqueirão (96 casos). Do total de casos, quase um terço precisou de internação: 31,2%. Os sintomas mais comuns relatos pelos pacientes chegam no pronto-socorro são tosse (23,2%), febre (20,9%) e desconforto respiratório (13%).  


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