Usina de energia a partir de lixo pode ser implantada em aterro de Santos

Terracom tem projeto para implantar usina no Sítio das Neves e ampliar a vida útil do aterro sanitário que atende quase toda a região

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  20/11/19  -  18:34
  Foto: Rogério Soares/ AT

Com sinais de saturação desde 2015, o Aterro Sanitário Sítio das Neves, na Área Continental de Santos, pode receber uma usina de geração de energia a partir do lixo para ampliar a sua vida útil.


A Terracom, empresa responsável pelo espaço utilizado por seis das nove prefeituras da região, afirma aguardar o licenciamento ambiental para instalar uma Unidade de Recuperação Energética (URE) no local.


Ainda não há previsão de quando o projeto sairá do papel e nem quando a Cetesb analisará o pedido. O plano é desenvolvido em paralelo ao pedido da Terracom para expansão do aterro.


A proposta foi apresentada com exclusividade para A Tribuna pelo diretor de operações da empresa, Antônio de Mello Neto. Custos não foram revelados. Conforme o projeto, a unidade queimará resíduos (termovalorizar), transformando o calor desse processo em energia renovável.


Mello Neto destaca que o projeto prevê capacidade inicial para produzir 50 megawatt-hora (MW/H) de energia, suficiente para atender uma cidade de 250 mil habitantes. “Sendo assim, a vida útil do empreendimento será praticamente infinita”, diz.


Inspiração


O modelo regional é baseado na URE de Barueri, na Grande São Paulo, o primeiro desenvolvido no País, e que deve começar a operar no ano que vem. A planta com capacidade para 825 toneladas diárias de resíduos sólidos aguarda desde 2016 aval dos órgãos ambientais para começar a funcionar.


A tecnologia de usinas de recuperação de energia é alternativa para minimizar o problema mundial do lixo, por reduzir o volume de resíduos. Contudo enfrenta resistências de ecologistas e especialistas em meio ambiente.


Nova Célula


A Cetesb analisa pedido para a ampliação do único aterro sanitário privado da região. O novo espaço, pleiteado há quase três anos, possibilitará o recebimento de até 2,5 mil toneladas por dia de resíduos, avalia o órgão ligado à Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente.


A quantidade a ser suportada com a ampliação é superior à média de 2 mil toneladas de resíduos sólidos, produzidos por seis das nove cidades da região. De acordo com o projeto, a área de 40 mil metros quadrados fica entre duas células já existentes do aterro.


Mello Neto, avalia que nova ala será capaz de receber resíduos sólidos da Baixada Santista por mais sete anos. Cita para isso o recálculo da célula a cada semestre para verificar a prorrogação da vida útil, porque os rejeitos se assentam naturalmente e há a decomposição desse material. A Cetesb fala em 36 meses de ampliação do espaço.


TCE lança plataforma de transparência do lixo


 Um dos mais elevados custos fixos das administrações municipais passa a estar na mira do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). O órgão lança, em 28 de novembro, uma plataforma virtual para apresentar a situação do tratamento nos 644 municípios do Estado.


Além da prestação das contas públicas, o serviço concentrará dados sobre o estágio de implementação do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos nas cidades paulistas.


Preocupação


Segundo o presidente do TCE-SP, o conselheiro Antonio Roque Citadini, a iniciativa é fruto de uma preocupação constante do órgão. Ele explica que o Mapa dos Resíduos Sólidos abordará pontos como o cumprimento da legislação, existência de locais apropriados e infraestrutura para armazenagem dos resíduos, triagem, descarte e seletividade de materiais, bem como a adoção de políticas públicas para Educação Ambiental.


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