Técnica de enfermagem que atuou na UTI de Covid-19 recebe vacina em Santos: 'Alívio'

Profissional do Complexo Hospitalar da Zona Noroeste recebeu a imunização na última semana

Por: Ágata Luz  -  26/01/21  -  09:35
Mariana Vitória Ferreira trabalhou na linha de frente do Complexo Hospitalar da Zona Noroeste
Mariana Vitória Ferreira trabalhou na linha de frente do Complexo Hospitalar da Zona Noroeste   Foto: Arquivo pessoal

Felicidade e alívio foram os sentimentos da técnica de enfermagem Mariana Vitória Ferreira, 34 anos, ao receber a vacina contra Covid-19. Após atuar na linha de frente de combate à doença na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para os infectados pelo coronavírus do Complexo Hospitalar da Zona Noroeste, em Santos, ela recebeu a primeira dose da imunização na última quinta-feira (21).


Sem efeitos colaterais, Mariana sentiu apenas um desconforto no braço. "Foi uma coisa bem rápida, muito parecida com a vacina de gripe que a gente toma todo ano", relatou. O significado da imunização, no entando, representou muito mais. "Alívio por saber que em um futuro próximo eu vou ver menos gente infectada com essa doença que está destruindo a população".


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Em conversa com ATribuna.com.br, a técnica de enfermagem explicou que trabalha no plantão da noite e a vacinação no Complexo Hospitalar vai até às 16 horas. Desta forma, Mariana se deslocou até o hospital para receber a imunização. Segundo ela, a vacina foi disponibilizada para todos os funcionários do local, incluindo seguranças e profissionais da faxina. "Eles estão em contato o tempo todo e participaram disso desde o início", explica.


"Além de ficar muito feliz, fiquei com sentimento de alívio", ressaltou Mariana. De acordo com a técnica, a doença é muito agressiva, mas as pessoas não acreditam. "Quem teve um caso leve e não viu ninguém próximo com caso mais grave não tem dimensão do estrago que a doença faz".


Mariana teve alguns sintomas em março de 2020 após contato com colegas de profissão infectados pela doença, mas acredita que foi apenas uma gripe. "Não fiz o teste".


A profissional de saúde ainda explica que viu, participou e esteve ao lado de muitos pacientes que tiveram complicações que resultaram quando não em óbito, em graves sequelas. "A gente ver uma pessoa saúdavel ir piorando é muito triste, muito diferente de tudo. É uma doença que destrói rápido, as pessoas ficam irreconhecíveis e sequer podem se despedir das famílias", alerta.


"É muito triste estar lá dentro correndo contra o tempo pra tentar salvar essas vidas", explicou a técnica de enfermagem. Ela relata muitos momentos de medo, pois estar dentro da UTI de Covid não foi uma opção. "Minha chefia optou por pessoas que já tinham histórico com setor de emergência. Então, fui para lá", afirma. Sem conhecer muito sobre a doença, o medo virou parte da rotina, mas aos poucos, foi cessado. "Conforme o tempo foi passando, a gente começou a se adaptar sobre como a doença funciona... Mas sempre tentando nos proteger com os equipamentos".


Desta forma, observar a evolução da imunização é motivo de muita felicidade para Mariana. "Logo todo mundo estará vacinado e iremos poder viver normalmente. Espero que não tenha interrupção na vacinação por falta de insumos ou qualquer motivo".


"Minha vontade é vacinar a todos para afastar esse vírus ao máximo e não termos mais nenhuma perda", conclui a técnica de enfermagem.


Logo A Tribuna
Newsletter