Santos tem estratégias para contornar as mudanças climáticas

Cidade foi a primeira no País a ter um plano municipal com essa finalidade

Por: Redação  -  26/01/22  -  16:16
Plano tem 50 metas para serem cumpridas entre 2025 e 2050
Plano tem 50 metas para serem cumpridas entre 2025 e 2050   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Um dos principais desafios da Cidade é planejar e executar estratégias para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas do planeta provocados pela ação do homem. Santos foi a primeira cidade brasileira a ter um plano municipal com essa finalidade. Criado em 2016, é resultado das discussões de uma comissão criada para tratar desse tema. Suas diretrizes foram atualizadas este ano e trazem 50 metas para serem cumpridas entre 2025 e 2050.


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O secretário de Meio Ambiente, Marcio Gonçalves Paulo, explica que a Cidade foi procurada, em 2014, por um grupo de pesquisadores para fazer estudos sobre as consequências da elevação da maré. No Brasil, Santos foi a cidade escolhida por sofrer os efeitos dessa situação há muitos anos e pelos registros históricos feitos pela Defesa Civil.


As projeções apontaram que a elevação do nível ficaria entre 18 e 23 centímetros, em 2050, e de 36 a 45 centímetros até 2100. Os dados indicam que as chuvas e ressacas tendem a ser mais intensas e frequentes nos próximos anos.


Efeitos
Um exemplo nesse sentido ocorreu em março de 2020, quando um temporal resultou na morte de 45 pessoas que viviam nas regiões de morros, sendo 34 em Guarujá, oito em Santos e três em São Vicente.


Marcio Gonçalves Paulo destaca algumas das medidas já adotadas, como no Monte Serrat, onde ocorreu o plantio de mudas da Mata Atlântica para proteger as encostas. Outra ação foi o projeto-piloto para a instalação de ecobags (sacos de areia) na Ponta da Praia, em 2018, com o objetivo de diminuir o processo erosivo naquele trecho.


O secretário cita a importância da criação, em 2018, da Comissão Consultiva Técnica Acadêmica, formada por universidades e instituições. “A vontade de contribuir desses pesquisadores sempre foi muito grande e muitas sugestões valorosas foram apresentadas".


O professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ronaldo Christofoletti, acredita que Santos tem caminhado bem nas ações imediatas, de médio e longo prazos e no desenvolvimento de políticas públicas para se adaptar às mudanças climáticas.


“Essa comissão consultiva ajudou na tomada de decisões dos gestores públicos com base na ciência e a pandemia de covid-19 veio mostrar para o mundo a importância disso. Santos está dando exemplo para o País na questão da governança", diz o docente.


Mais ações
No campo das ações, Christofoletti entende que é possível avançar mais, mas essa medida exige mais medidas do poder público e dos demais setores, como o portuário, porque os efeitos das mudanças climáticas são uma realidade.


O pesquisador entende que há avanços na conscientização, a sensibilização e a educação da sociedade, como a criação da Lei da Cultura Oceânica, de autoria do vereador Marcos Libório, que abordará esse tema nas escolas, e as reportagens elaboradas por A Tribuna a respeito desse tema. "Por outro lado, ainda temos um caminho a percorrer para a população entender melhor os efeitos das mudanças climáticas", destaca.


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