PSDB de São Paulo quer destituir diretório da sigla em Santos

Uma primeira reunião ocorreu na segunda-feira (26), mas ainda não houve formalização

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  28/11/18  -  09:56
Jordão, presidente destituído, vê que “as coisas estão bem esquisitas”
Jordão, presidente destituído, vê que “as coisas estão bem esquisitas”   Foto: Irandy Ribas/AT

O Diretório Estadual do PSDB decidiu dar início a um processo de destituição da Executiva Municipal do partido em Santos, por acusação de infidelidade partidária. Uma comissão provisória deverá ser definida nos próximos dias para exercer funções até a convenção partidária, prevista para ocorrer entre fevereiro e maio próximos.


A decisão foi tomada na segunda-feira (26) à noite, em reunião do Conselho Estadual de Ética e Fidelidade da legenda. O presidente do conselho, Raul Christiano, deverá indicar de três a sete nomes para o grupo provisório.


Presidente do PSDB em Santos, o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Flávio Jordão, disse não ter sido notificado. “Não estou sabendo disso. Não tivemos direito ao contraditório, à ampla defesa. As coisas estão bem esquisitas”.


Segundo Christiano, houve apenas um contato informal com Jordão, na manhã desta terça-feira (27), sobre a decisão. A comunicação oficial, garantiu Christiano, ocorrerá ainda nesta semana. “Ele terá prazos para contestar (a destituição), e a contestação será avaliada pelo diretório estadual”, afirmou.


O dirigente explica que, se os argumentos apresentados por Jordão não forem aceitos, o próximo passo seria a dissolução do Diretório Municipal.


Segundo o artigo 137 do estatuto do partido, um processo de dissolução depende de votação colegiada e decisão por maioria simples. “O partido passaria a ser representado pela comissão provisória, ainda em análise”, explicou Christiano.


Ainda a eleição


A Tribuna apurou que a decisão de dar início à dissolução do diretório santista é mais um efeito político da corrida eleitoral para o Palácio dos Bandeirantes. A avaliação da cúpula estadual é de que lideranças tucanas locais declararam publicamente apoio ao candidato à reeleição ao Governo do Estado, Márcio França (PSB), em detrimento do pleiteante do PSDB, João Doria – que foi eleito. Em Santos, essa postura foi liderada pelo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).


Nesta quinta-feira (29), o Diretório Nacional do partido analisará o pedido de expulsão do prefeito da legenda. Parecer jurídico conduzido pela Executiva Estadual da agremiação indica que ele infringiu normas e decisões partidárias ao manifestar apoio ao concorrente socialista.


Entre os tucanos há o entendimento de que a possível expulsão e a punição a outros tucanos que se aliaram a Márcio França refletem o protagonismo que João Doria alcançou na legenda ao vencer as eleições, que resultará na manutenção do controle do Estado pelo partido pela sétima vez consecutiva. Entretanto, críticos internos do futuro governador reclamam que a atual “caça às bruxas” é danosa para o partido.


Bruno Covas


Entre os tucanos que sofrem ameaça de expulsão também está o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, alvo de pedido semelhante por ter apoiado o então candidato a senador Mario Covas Neto (Podemos), seu tio, que compunha coligação rival à do PSDB no pleito de outubro.


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