Praias de Santos amanhecem fechadas e comerciantes revelam preocupação: 'Desamparados e confusos'
Segundo a prefeitura, quem não respeitar as novas regras será orientado a sair da região e, em caso de insistência, encaminhado para o distrito policial
As praias de Santos amanheceram fechadas, neste sábado (13), por bloqueios colocados pela prefeitura, a partir de 0h, para impedir a livre circulação de pessoas na faixa de areia. A nova medida permanecerá em vigor até o dia 30 de março.
A decisão tomada pelo prefeito Rogério Santos busca conter o avanço da pandemia do coronavírus e antecipa o início da ‘fase emergencial’ do Plano SP, com início marcado para a próxima segunda-feira (15), em todo o Estado de São Paulo. Por enquanto, o calçadão permanecerá aberto, mas está proibido as atividades de ambulantes, barracas de praia e quiosques.
Segundo declaração do prefeito, na última coletiva de imprensa, de quinta-feira (11), a situação da pandemia apresenta um quadro pior que em dezembro de 2020, quando as praias também foram fechadas, na época do Ano Novo. De acordo com ele, a taxa de ocupação nos leitos de UTI da cidade passou de 44% para 68%, valores que representam um aumento de 65%, nos últimos 12 dias, até a data da declaração. Na Baixada Santista, a taxa de UTIs ocupadas é de 70%.
Antes do início do fechamento completo das praias, na sexta (12), a equipe da ATribuna.com.br foi até a orla de Santos para acompanhar o andamento da instalação das telas de bloqueio, e encontrou comerciantes preocupados com o próprio negócio e parte dos moradores se despedindo da praia, entre corredores, banhistas, pessoas caminhando à beira mar e famílias com crianças.
É o caso, por exemplo, da autônoma Jucimara Ferreira, que decidiu aproveitar o final de tarde para correr com amiga, na faixa de areia. “Comentei com a minha amiga Priscila, que hoje [sexta] vai ser o último dia, pelo menos, por enquanto”.
Já a dona Maria Elenilda, de 69 anos, que trabalha há quase 50 anos com vendas na praia da cidade e hoje é proprietária de um quiosque no canal 1, lamenta a situação vivida, que segundo ela, é a pior crise que já passou desde quando começou a trabalhar. A comerciante diz se sentir desamparada e confusa com as mudanças de medidas do governo, em geral. Contudo, depois de passar por muitos momentos de dificuldade, durante a entrevista, demonstrou esperança. “Eu tenho muita fé que a gente vai conseguir vencer”.
Segundo informações oficiais da Prefeitura, quem não respeitar as novas regras será orientado a sair da região e, em caso de insistência, encaminhado para o distrito policial. A fiscalização será feita diariamente por 40 guardas municipais que vão se dividir em toda a extensão da praia em viaturas, quadriciclos e a pé.
