Pesquisa sobre volta às aulas recebe críticas em Santos

Segundo Sindserv, a pandemia não permite a abertura das escolas e o Executivo divide a responsabilidade da decisão com a população. Já para o Sindest, não há estrutura adequada para retomada

Por: Matheus Müller  -  06/08/20  -  17:21
Segundo Sindserv, parte dos trabalhadores na Educação seria do grupo de risco da Covid-19
Segundo Sindserv, parte dos trabalhadores na Educação seria do grupo de risco da Covid-19   Foto: Bruno Miani/ Arquivo: AT

A Prefeitura de Santos tem sido alvo de críticas de dirigentes dos dois sindicatos que representam os servidores públicos municipais por abrir na internet uma pesquisa de opinião voltada a pais de alunos da rede pública de ensino sobre a retomada das aulas na Cidade.


Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserv), a pandemia não permite a abertura das escolas e o Executivo divide a responsabilidade da decisão com a população. Já para o Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais (Sindest), não há estrutura adequada para retomada das atividades.


De acordo com a diretora do Sindserv, Teresa Cristina Borges, cerca de 4 mil profissionais trabalham na Educação e parte deles seria do grupo de risco da covid-19 - ela não soube informar quantos. “A pesquisa choca porque, em nenhum momento, se falou da ciência e houve pesar pelas três mortes diárias, em média, que temos no Município”.


Teresa ressalta que, apesar de a Prefeitura prever uma retomada escalonada, com 20% dos alunos por três horas ao dia, serão 10 mil pessoas a mais nas ruas, contando estudantes, seus pais ou responsáveis e profissionais das escolas. Boa parte utilizando transporte público.


“Quando a secretária de Educação (Cristina Barletta) fala em observar se vai aumentar ou manter (o índice de contágio) com a retomada, trata-se de um experimento com a vida”.


Outro crítico é o presidente do Sindest, Fábio Pimentel. “O retorno às aulas é uma irresponsabilidade sem tamanho. As escolas particulares terão condição, talvez, de executar protocolos (de segurança). Mas, a princípio, o Poder Público não. O que temos são salas com excesso de pessoas, falta de funcionários e sem condições de fazer protocolos. Ocorrerá um aumento de casos. Não estamos preocupados só com os professores”.


Resposta


Em nota, a Secretaria de Educação de Santos (Seduc) informa que só retomará as atividades presenciais mediante aval da Secretaria de Saúde e órgãos competentes. “A pesquisa faz parte dos estudos para o planejamento do possível retorno”. Sobre os funcionários e professores que fazem parte do grupo de risco, a pasta informa que estes “continuarão atuando de maneira remota”.


A Seduc ressalta que os formulários de questões foram validados pelos membros da Comissão Escolar, formada por gestores das escolas, supervisores, professores e técnicos da secretaria. “Todas as medidas também serão discutidas pelo Comitê Intersetorial”. O órgão é composto por integrantes de diversas secretarias.


A Administração ressalta que, “quando for possível retornar presencialmente, haverá um período para que sejam identificadas as maiores dificuldades de cada aluno”.


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