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Santos

Parte de Santos ficará debaixo d'água até 2050, alerta relatório da ONU

Mais de 20 mil pessoas serão impactadas na cidade; veja outros dados alarmantes

Rafael Motta

28 de novembro de 2023 às 18:05Modificado em 28 de novembro de 2023 às 21:15

( Foto: Matheus Tagé/AT )

Por volta de 2050, terrenos onde vivem 5% da população de Santos — mais de 20 mil pessoas — poderão estar inundados por causa do aumento do nível do mar. A estimativa faz parte de levantamento internacional divulgado nesta terça-feira (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU), em conjunto com a Human Climate Horizons (HCH, Horizontes Climáticos Humanos, em tradução livre), uma plataforma de dados sobre impactos futuros de alterações do clima.

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A perspectiva se baseia na manutenção das atuais emissões de gases de efeito estufa, classificadas como um cenário intermediário. No caso de Santos, significaria que, até 2039, o nível do mar subiria 11,61 centímetros em relação ao verificado entre 1995 e 2014. Já entre 2040 e 2059, o aumento seria de 24,64 cm; e entre 2080 e 2099, o nível do mar estaria 55,84 cm mais alto.

“Até 2050, as projeções mostram que centenas de cidades costeiras altamente povoadas estarão expostas a um maior risco de inundações, incluindo terras onde vivem cerca de 5% da população de cidades costeiras, como Santos, no Brasil, Cotonou, no Benim, e Calcutá, na Índia”, confirma comunicado da ONU, emitido de sua sede, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Até 2100, seriam 10% desses territórios.

A HCH considera que o futuro cenário de emissões mais provável é o atual. “A informação disponibilizada na plataforma não deve ser interpretada como uma previsão de impactos futuros num determinado local e momento. Em vez disso, a intenção é estimar a influência das alterações climáticas no bem-estar humano e a magnitude relativa dos impactos associados a diferentes cenários de tendências de emissões de gases com efeito estufa”, adverte.

Cenário ainda pior x sustentabilidade

Dentro dessas projeções, cogita-se a hipótese de que as emissões de gases se tornem muito altas, caso se adote “uma via de desenvolvimento alimentada por combustíveis fósseis”. Nesse caso, em Santos, o nível do mar subiria 12,01 cm até 2039, 27,74 cm entre 2040 e 2059 e 72,85 cm até o final do século.

Se as emissões fossem consideradas baixas, em “um caminho centrado na sustentabilidade”, ainda assim haveria elevação do nível oceânico na cidade de Santos. Ela, porém, seria de 11,51 cm até 2039, de 22,84 cm entre 2040 e 2059 e de 45,99 cm até 2100, também conforme a HCH.

Temperaturas maiores

A ONU também divulgou projeções do quanto poderá subir a temperatura média anual nos locais aferidos. Em Santos, a média histórica é de 21,6 graus.

Se as emissões de gases de efeito estufa se mantiverem em nível moderado, Santos terá temperatura média de 22,5 graus até 2039, de 22,9 graus entre 2040 e 2059 e de 23,3 graus até 2100.

Caso se emitam gases do tipo em volume elevado, as temperaturas médias ficariam em 22,7 graus até 2039, 23,2 graus entre 2040 e 2059 e chegariam a 25 graus no fim do século.

Perspectivas

A Horizontes Climáticos Humanos é uma colaboração entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Laboratório de Impacto Climático (CIL, na sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos composta por universidades e um grupo de pesquisa dos Estados Unidos.

Os mapas produzidos pela HCH representam “a mediana do aumento relativo local do nível do mar, em relação ao nível de referência entre 1995 e 2014, em centímetros”.

“A nossa nova investigação do PNUD e do Laboratório de Impacto Climático é mais um lembrete aos decisores que vão para a COP28 de que o momento de agir é agora”, diz, no comunicado, o diretor do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, Pedro Conceição.

A COP28 é a sigla da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorrerá entre esta quinta-feira (30) e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Sem defesas costeiras

O comunicado da ONU destaca que, além de Santos e do Rio de Janeiro, “sem defesas costeiras, no pior cenário de aquecimento até o final do século, prevê-se que 5% ou mais das seguintes cidades caiam permanentemente abaixo do nível do mar”:

Guayaquil (Equador); Barranquilla (Colômbia); Kingston (Jamaica); Cotonou (Benin); Calcutá (Índia); Perth (Austrália); Newcastle (Austrália); Sydney (Austrália).

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