Obra na Lagoa da Saudade, em Santos, sofre atraso e aumento de custo

Intervenção de R$ 1,4 milhão começou em agosto com previsão de término em seis meses

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  07/12/18  -  00:46
Projeto prevê um deck de concreto, gramado e novo playground
Projeto prevê um deck de concreto, gramado e novo playground   Foto: Rogério Soares/AT

A obra de reurbanização da Lagoa da Saudade, no Morro da Nova Cintra, em Santos, sofrerá aumento de custo e atraso de dois meses por falta de planejamento. Segundo a Prefeitura, interferências vistas só durante a execução da obra, como a presença da rede da Sabesp, do cabeamento de energia e o conjunto arbóreo, impediram o posicionamento correto das máquinas que trabalham no local.


A informação foi dada após reclamação de moradores sobre paralisações dos trabalhos. A intervenção de R$ 1,4 milhão começou em agosto com previsão de término em seis meses. Mas nada se vê lá ainda além do piso quebrado e operários – que não apareceram nas últimas semanas – cercando o espaço nesa quinta-feira (6).


Um dos santistas que percebeu o problema foi Marcino Cameira, contador de 70 anos. “Já não bastam quase 600 mil para fazer o muro do cemitério da Areia Branca. Na lagoa, destruíram a calçada toda e colocaram uma tela que impede as pessoas de passarem. Vejo mãe com criança indo pela avenida a pé. Tem escola perto. Ali é movimentado”.


Daniel do Nascimento, mestre de obras de 44 anos que passa diariamente pela lagoa, comenta sobre o valor. “Aquele que está na placa?”, perguntou, antes de saber da alteração. “Porque realmente parou. É muito dinheiro público para o que estão falando que vão fazer. Antes, tinha bastante funcionário, o que até entendo, porque são etapas. Mas vinham uma semana, outra não”, conta.


Vinicius Simões dos Santos, eletricista industrial de 37 anos que diariamente passa pela obra para buscar as filhas na escola, também reclama. “O bate estaca também ficou parado sem ninguém vir aqui usar. Vou ser bem sincero: estou vendo que eles vão mexer no que não precisava, apesar de ser legal o deck na lagoa”.


Originalmente, as intervenções custaram R$ 1,4 milhão
Originalmente, as intervenções custaram R$ 1,4 milhão   Foto: Rogério Soares/AT

A mudança


O projeto prevê um deck de concreto, gramado e novo playground. O serviço começou com a demolição dos antigos passeios e a retirada dos entulhos. Depois, cravação das 150 estacas que vão sustentar o deck, com capacidade de carga de 100 toneladas. Elas foram fincadas no solo a uma profundidade de 15 metros, mas parte será substituída por outro tipo.


Na sequência começará a execução dos blocos e vigas da fundação onde será apoiada a laje do deck. O número de quiosques passará de dois para quatro e serão instalados 22 bancos, dez lixeiras, placas de sinalização e 70 luminárias LED. A verba é de convênio com o Governo do Estado. Ainda não foram fechados os custos para a alteração do tipo de estacas, portanto, não se conhece o valor.


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