Na feira, os extremos: Mais cuidado, sem isolamento devido ao coronavírus

Feirantes adotaram medidas por conta própria, como água e detergente; idosos ignoram quarentena

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  26/03/20  -  23:15
Nas barracas de frutas, legumes e verduras, a maioria dos feirantes adotou luvas e máscaras
Nas barracas de frutas, legumes e verduras, a maioria dos feirantes adotou luvas e máscaras   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Apesar das orientações para que o grupo de risco evite aglomerações, idosos ignoram o isolamento e continuam indo às feiras livres da região. A ação pode reduzir a eficácia da barreira epidemiológica adotada pelo Poder Público, alertam médicos. Para minimizar a queda entre 20% e 40% no número de frequentadores, feirantes adotam estratégias a fim de evitar a contaminação pela Covid-19. 


Nas barracas de frutas, legumes e verduras na Aparecida, a maioria dos feirantes adotou luvas e máscaras como parte dos uniformes. “É importante para me proteger e também aos clientes”, diz o Gil Alves. 


Mas essas não foram as únicas mudanças. Galões de água e sabão foram colocados em frente às barracas para que os frequentadores e trabalhadores fizessem a higienização das mãos. “Também colocamos álcool em gel, é uma forma de ajudar no combate a circulação do vírus”, diz o feirante Alexandre Rigo.


Sem garantia


Embora as medidas adotadas sejam as recomendadas pelas autoridades sanitárias, elas não garantem proteção aos grupos de risco. Na manhã de quarta, idosos faziam as compras corriqueiras, tendo apenas uma pequena parcela utilizando máscaras. Alguns, inclusive, estavam trabalhando, o que contraria contra a recomendação sanitárias. 


“A gente orienta os mais experientes a ficar em casa e pedir para um sobrinho ou neto a fazer a compras”, aconselha a feirante Regina Moretti.


As orientações, contudo, pouco surtem efeito. “Precisava repor a geladeira. Saí [para fazer as compras] por ser urgente e necessário”, diz a pensionista Maria Inês dos Santos de Assis. 


Ela diz ser rígida nos cuidados à saúde. Além do álcool em gel, que carrega a bolsa, lava constantemente as mãos. “Vou voltar correndo para casa e tomar um bom banho. A seguir, a orientação de ficar em casa”, continua.


Já a faxineira Edna Moreira, 56 anos, aproveitou a dispensa do trabalho para fazer compras. “O ideal seria não sair de casa, mas tenho que pagar as contas no final do mês. Só nos resta rezar”. 


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