A situação causou transtornos para quem trabalha em casa, como é o caso da jornalista Larissa Carvalho, de 37 anos. “Estou o dia inteiro totalmente off do trabalho e não tenho nem mais cara para pedir desculpas para a minha chefe. A gente não recebeu aviso algum de que teria falta de energia hoje”, explica.
A jornalista, que mora nos entornos da avenida, explicou que ligou para a concessionária e recebeu diversos horários de previsão para retorno da energia. “Trabalho de home office e dependo da internet e da energia. Não consegui trabalhar com celular, porque o 4G também estava oscilando a manhã inteira”, afirma.
Estabelecimentos comerciais também tiveram transtornos. A gerente de uma unidade de saúde, Talita Tareeka, de 38 anos, afirmou que ficou o dia remanejando clientes e atendendo os que não conseguiram ser informados a tempo. Todos ficaram sem consultas e exames.
“Não cheguei a receber comunicado ou notificação da CPFL e nem da empresa responsável pelas obras. Eles estavam realizando manutenção em postes aqui. Simplesmente, a gente estava na clínica, com mais de 70 pacientes, e deu um apagão”, conta.
O estabeçecmento de Talita fica localizado na Avenida Ana Costa. “A gente ficou de plantão para dar a informação para o paciente que a gente não conseguiu ligar e cancelar. Tem muitas pessoas que vieram de outra cidade da Baixada Santista e não foram atendidas”, relembra.
Já a Sociedade Italiana de Santos (Società Italiana di Santos) teve que jogar fora alimentos que estavam congeladas para um evento. A presidente da organização, Isabel Cristina Santalucia, afirmou ter se sentido frustrada.
“Tive prejuízo financeiro, de trabalho e chateação. A gente só pede um pouquinho mais de respeito, porque se avissem com antecedência, a gente se organizava”, diz.
Na ocasião, a presidente relatou ter sido impossibilitada de trabalhar por conta da falta de energia e de parte da equipe não conseguir subir até o décimo andar de escadas. “Não tinha como trabalhar sem internet e sem computador. Não tinha como subir no prédio. Não tinha como fazer nada. Não conseguimos contato com a companhia de energia e, quando conseguimos, eles disseram que não estavam sabendo do que estava acontecendo”, comenta.
Funcionários da Progresso e Desenvolvimento de Santos (Prodesan) foram dispensados por conta da manutenção nos postes. Conforme apurado por A Tribuna, eles foram informados sobre a queda de energia pela chefia, mas que seria normalizado às 14 horas. Após ter excedido o prazo, eles foram liberados.
Em nota, a CPFL Piratininga informou que já finalizou os trabalhos na Avenida Ana Costa e que as obras fazem parte do cronograma de investimento da companhia em melhorias na rede elétrica de Santos.
Apesar dos relatos de moradores e comerciantes afirmando o contrário, a concessionária reforçou que os clientes foram avisados, antecipadamente, do desligamento programado devido à obra que visa a ampliação da capacidade do sistema.