Mesmo com os impactos da pandemia, mercado imobiliário permanece fortalecido em Santos

O setor da construção civil em Santos mantém bom desempenho

Por: ATribuna.com.br  -  26/01/23  -  16:25
A construção de prédio de 40 andares ainda é recente no Município
A construção de prédio de 40 andares ainda é recente no Município   Foto: Alexsander Ferraz / AT

Foi em julho de 2022 que o visível e perceptível crescimento do mercado imobiliário em Santos acabou traduzido em números. Durante o Summit da Construção, realizado pelo Grupo Tribuna, foi apresentada a exata dimensão da expansão dos negócios.


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Um estudo elaborado pela Brain Inteligência Estratégica mostrou que 35 novos empreendimentos haviam sido levantados em Santos entre 2018 e 2022, número que resultou em 3.456 imóveis construídos no período. Deve ser considerado que, em metade desses quatro anos, houve impactos provocados pela pandemia. Mesmo assim, os índices continuaram elevados.


Se for colocado somente o ano de 2022, a pesquisa apresenta um total de oito empreendimentos ofertados na Cidade. Com isso, o percentual de apartamentos prontos e vendidos também subiu.


Tudo isso mostra que há um mercado consumidor em potencial e ávido por novidades. E o curioso é que boa parte desse público não enxerga os novos imóveis como investimento ou aumento de patrimônio pessoal. A ideia da maioria é morar nessas unidades.


“Grande parte é de moradores; podemos dizer de 60% a 70%”, diz Lucas Teixeira, presidente da Regional Santos do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). O dirigente mostra que são poucos os investidores que buscam renda por meio do aluguel. “Mas temos um número razoável de investidores que compram logo no lançamento e revendem posteriormente”.


A construção de edifícios mais altos, com até 40 andares, é uma outra realidade recente em Santos, embora há mais de 20 anos haja permissão para tais obras. Lucas Teixeira diz que, nesse ponto, entra a falta de terrenos adequados. “Não teremos uma mudança tão grande na paisagem. Podemos contar com alguns poucos prédios que se destaquem no horizonte”, observa.


Conforto no radar


O público consumidor está em busca de conforto dentro de casa, ou melhor, dentro do condomínio. O dirigente lembra que espaços para pets e bebês em áreas comuns são bem-vindos, mas existe também preocupação com a estrutura em geral dos empreendimentos. “Hoje, há uma demanda por prédios mais verdes e com comodidades. Por exemplo: estamos sendo feito um edifício com fazenda solar, elevadores com sistema de regeneração de energia, infraestrutura para carro elétrico em todas as vagas... Faz alguns anos que se aboliu as lâmpadas incandescentes e até elétricas nos prédios; hoje, usa-se só LED. E há detalhes, como fechaduras com biometria, área comum com wi-fi etc.”


Por outro lado, os imóveis devem sofrer alta em breve. A razão é simples: “Nos últimos três anos, os custos aumentaram exageradamente, mas ainda não foram 100% repassados. Então, há a tendência de elevação nos valores”.


Mudança de endereço


As circunstâncias e a resposta positiva do filho Felipe, então com 11 anos, foram preponderantes para que o jornalista Silmar Batista e a agente de viagens Lúcia Sígolo tomassem, há quase três anos, aquela que é considerada a melhor decisão de suas vidas: a mudança para Santos.


A família residia em São Paulo e tinha uma vida estabelecida na Capital até abril de 2020, quando, com o início da pandemia, Lúcia foi demitida da agência de viagens onde trabalhava. Àquela altura, Silmar, nascido em Santos e morando em São Paulo há duas décadas, já estava com o trabalho por home office estabilizado.


E foi no embalo do marido que Lúcia começou a trabalhar também em casa.


“No auge da pandemia, vimos que não tinha mais por que morar em São Paulo se os nossos trabalhos eram home office. Conversamos com o nosso filho, que tinha 11 anos, e perguntamos se ele toparia mudar para Santos e a resposta foi positiva. Então, resolvemos vir e foi a melhor decisão que tomamos”, conta Lúcia, que morava com a família em um apartamento no Bairro Ipiranga e, agora, está na Ponta da Praia, a uma quadra da orla. “Estava trancada dentro de um apartamento em um condomínio com piscina, quadra, salão de jogos etc. Em Santos, podíamos sair de máscara para fazer nossas caminhadas”.


Felipe, decisivo para a mudança, foi bem aceito no novo colégio e está até namorando. “Faço caminhadas diariamente na praia, ando de bike, me sinto segura. Chego aos lugares com facilidade e sem trânsito. Agendo médicos com facilidade. Minha qualidade de vida melhorou demais”, relata Lúcia.


A mudança foi tão positiva que ela trouxe a mãe, Dircéia, para morar em Santos, uma preocupação depois de a mãe ter sofrido um infarto, em janeiro de 2022. “Conversei com ela sobre vir para cá e, graças a Deus, ela topou na hora. Aqui, ela tem como andar a pé, coisa difícil para minha mãe em São Paulo. Demorou um ano pra tudo dar certo. A mudança dela foi no último dia 5 de janeiro e já posso garantir que ela está bastante feliz e com qualidade de vida bem melhor”.


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