Pelo menos dois dos 49 sacos ecobags instalados em trecho do mar na Ponta da Praia, em Santos, estão avariados. O levantamento preliminar foi feito com mergulhadores na manhã desta sexta-feira (18) na estrutura que serve para diminuir o impacto das ondas e armazenar areia.
O relatório completo de como ficou a estrutura instalada em 2018, incluindo os dados da inspeção com os mergulhadores, deve ficar pronto até dezembro, segundo o secretário de Meio Ambiente de Santos, Marcos Libório, que acompanhou o trabalho.
As avarias nos dois geobags foram causadas por ação humana: em uma delas foram encontrados restos de rede de pesca, outro foi cortado possivelmente por um arpão. Há suspeita em relação a um terceiro geobag, que perdeu areia.
Os dados coletados pelos mergulhadores desde quarta (16) até esta sexta-feira (18) vão compor um relatório detalhando as avarias e, no cruzamento de dados, eventuais danos estruturais ou físicos com relação à movimentação das marés nas luas cheia e nova, de maior interferência na correnteza. O relatório também terá dados da batimetria, mostrando o total de areia acumulado naquele trecho e se há necessidade de recomposição dos geobags.
Projeto-piloto
A estrutura de geobags consiste em uma barreira submersa colocada em formato de 'L' a partir da mureta na altura da Rua Afonso Celso de Paula Lima. No trecho junto à calçada foi instalada estrutura perpendicular de 275 metros de comprimento. Anexa, já no mar, paralela à praia, outra estrutura, com 240 metros de extensão, tem o objetivo de armazenar areia e recuperar trecho de praia naquela região. Os 49 bags foram preenchidos com cerca de 7 mil metros cúbicos de areia. Cada saco pesa cerca de 300 toneladas.
O projeto-piloto para Mitigação e Monitoramento dos Efeitos Erosivos foi desenvolvido pela Unicamp, e é pioneiro no País visando combater a erosão e, como consequência, minimizar os efeitos da ressaca.