Mercado atacadista de peixes reclama de falta de estrutura em Santos

Fundador do Instituto Maramar aponta que mercadorias são descarregadas e vendidas na rua, na Ponta da Praia, em Santos

Por: Matheus Müller  -  06/08/20  -  02:22
  Foto: Alexsander Ferraz/AT

Durante o dia, as vendas no Mercado de Peixe acontecem sem grandes problemas, mas, na madrugada, a situação não é bem a mesma, de acordo com o secretário voluntário da Associação de Apoio ao Terminal Público de Santos (ATPS) e fundador do Instituto Maramar, Fabrício Gandini. “Esse mercado atacadista está literalmente no meio da rua. Isso joga a qualidade do pescado lá embaixo”.


Gandini aponta que as vendas ocorrem às terças, quintas e sábados, das 4h às 6h, e atraem muitos comerciantes. Ele aponta que o antigo mercado, por ficar em uma praça, tinha espaço para que os caminhões com as mercadorias estacionassem, assim como um local apropriado para o desembarque dos peixes, frutos do mar e moluscos.


Agora, com a praça fechada por tapumes, essa venda acontece na rua, o que implica em impacto no trânsito, na falta de segurança e cuidado com a carga. “O novo mercado não deu conta disso (descarga de produtos), não se pensou em uma logística para as comidas chegarem”, disse ele, que é oceanógrafo.


Gandini criticou a condução do processo para o começo das obras. “Não foi fruto de preocupação por conta do Estudo de Impacto de Vizinhança (no projeto de remodelação), embora eu tenha feito essas observações pelo Instituto Maramar - atua conservação dos ambientes costeiros e marinhos através de ações socioambientais”.  


A Prefeitura, no entanto, afirma que o projeto da Nova Ponta da Praia contemplou os serviços realizados em áreas do Município. “As operações do Terminal Pesqueiro exigem soluções logísticas dentro do próprio terminal”.


Sobre o Mercado de Peixes, disse se tratar de um estabelecimento comercial como os demais da cidade, onde devem ser respeitadas as regras de horário e local para descarga de mercadoria.


Solução


Apesar dos transtornos citados, o oceanógrafo garante que há uma forma de reparar o problema promovendo melhorias ao Terminal Público Pesqueiro de Santos (TPPS), que fica em área da União.


“Ele teve sua área original diminuída em mais de 50%. Nessa parte está o Centro de Convenções (Centro de Atividades Turísticas - CAT), mas o terminal está em frangalhos”. Mesmo assim, o que sobrou, segundo ele, é o suficiente para receber os caminhões com mercadorias e impulsionar a atividade pesqueira artesanal.


Gandini ressalta que o TPPS foi qualificado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para um Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). Para viabilizar o andamento dessa concessão, a ATPS tem dado andamentos a estudos e projetos da área.


“Está bem no começo”, ele reforça a necessidade do auxílio de profissional voluntários para dar andamento ao processo, que, de acordo com o cronograma do Mapa, pode levar pelo menos um ano até a assinatura do contrato de concessão.


A Prefeitura de Santos informou que não tem autonomia sobre a área do Terminal Pesqueiro. Entretanto, informou que “está sendo discutida a possibilidade de um convênio para técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedurb) prestarem auxílio ao desenvolvimento de projetos no local”.


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