Lojista de Santos enfrenta atraso de 6 meses com matéria-prima

Falta de insumos também causou aumento de preços; até montadoras sentem impacto

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  29/11/20  -  19:07
Lojista de Santos enfrenta atraso de 6 meses com matéria-prima
Lojista de Santos enfrenta atraso de 6 meses com matéria-prima   Foto: Wesley Santos/ Estadão Conteúdo

Diversos segmentos sentem atrasos dos insumos. Proprietários de duas lojas de móveis usados em Santos há mais de sete anos, pai e filho viram pedidos atrasarem meses. Um pedido para beliche feito em junho ainda não chegou.


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“O atraso foi de seis meses com a resposta de que não há matéria-prima”, diz o proprietário da Vem Q Tem de Tudo, Douglas Oliveira, de 51 anos.


Gabriel Oliveira, de 29 anos, filho do proprietário, conta que viu os preços aumentarem na pandemia.


“Houve aumento de cerca de 35% nos produtos de madeira. Nós fizemos pedidos de bancos que chegaram com meses de atraso e os pedidos tiveram aumento de R$ 20 no preço”, diz.


Os irmãos Guilherme e Bruno Voss, da Voss Bike Shop, que possuem uma loja de equipamentos para bicicleta, sentiram que os produtos de aço estão se esgotando rapidamente.


“As peças subiram muito. A corrente dobrou desde o começo da pandemia. Aumentamos a venda de bicicletas, mas é o que temos de estoque”, afirma Bruno.


Guilherme acredita que a alta demanda é justamente porque as pessoas querem evitar aglomerações.


“Os ônibus estão sempre lotados e nem sempre os carros por aplicativo são acessíveis, então tem muita gente que resolveu investir na bike para ir trabalhar pedalando”, conta.


Os irmãos afirmam que há um outro problema, afetando diretamente os pequenos. “Os grandes estão conseguindo mais acesso ao que está em falta. Tipos de correntes que eu peço e, quando efetivamente chegam, não há todos os tipos porque foram vendidos aos grandes antes de chegar a nós”, diz Bruno.


O empresário do ramo da marcenaria Diego Bastos, gerente da Marcenaria Equipe Família, disse que sentiu um aumento de 15% no custo dos materiais. Segundo ele, há baixa oferta de MDF, ferragens e até alguns aramados (usados em estantes e organizadores).


“Nós só não tivemos falta dos produtos porque estamos há bastante tempo no mercado e temos muitas parcerias, o que nos permitiu manter esses insumos. Mas o aumento já veio em março e a escassez começou em julho”, diz ele, que afirma que ainda não repassou o aumento para seus clientes. 


A realidade é sentida no País todo. A Anfavea, associação que reúne as montadoras de veículos, disse que a falta de derivados de aço provoca interrupções nas operações. A produção das montadoras cresceu 7,4% em outubro, em relação a setembro, segundo a Anfavea.


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