Um jovem de 25 anos tirou a própria vida momentos depois de publicar uma carta em seu perfil em uma rede social. Giuliano Imperato cursava Direito em uma universidade de Santos e formou-se no ano passado. A publicação, postada no início da tarde desta terça-feira (12), já possui mais de 4 mil compartilhamentos.
Na carta, aberta aos usuários do Facebook, Giuliano fez um desabafo que segue repercutindo desde o momento em que foi publicado. "A mim mesmo, desejo que eu encontre a paz como nunca tive. Meu maior desejo nos últimos meses [ou anos] é parar de sentir... E não é somente os sentimentos ruins, é uma total ausência do sentir. Quero crer que isso está prestes a acontecer, e embora haja opiniões controversas, ninguém nunca voltou pra contar. O meu adeus aos que ficam...", escreveu.
Além da carta, o jovem postou artigos que escreveu em abril de 2010, além de uma publicação em que faz menção à letra de uma música da banda Linkin Park, seguida da foto do ex-vocalista do grupo, Chester Bennington, morto em julho de 2017. Ainda nas redes sociais, a comoção foi bastante forte entre amigos próximos e pessoas que o conheciam.
Prevenção
Em todo o Brasil, órgãos tratam e oferecem apoio e dicas de prevenção para atos como esse. Ricardo Esteves, coordenador do núcleo em Santos da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), lamentou mais esse episódio e disse que os problemas de saúde mental precisam ser melhor entendidos.
"Cada vez que acontece um caso como esse, não tem como não ficar sensibilizado. É um número que aumenta cada vez mais. A gente que vive e atua muito com esses episódios percebe a necessidade da prevenção. A saúde mental é algo que precisa ser trabalhado de forma prévia. O entendimento de saúde mental precisa ser mais absorvido, já que ele ainda é visto com preconceito e pouco dialogado entre as pessoas", analisa.
Esteves explica que a ABRATA oferece palestras e conversas em grupos de apoio. Segundo ele, a troca de experiências ajuda pessoas em tratamento. "Trabalhamos com a questão do apoio em grupo, que chamamos de 'grupo de apoio mútuo'. A troca de conhecimento enriquece as pessoas que estão passando por isso. A missão da ABRATA é psicoeducar, informar e apoiar", finaliza.