
O Jeep Compass sorteado para a funcionária que foi demitida estava registrado no nome de Victor e não nome da empresa (Reprodução)
O Jeep Compass que a auxiliar de contabilidade Larissa Amaral da Silva, de 25 anos, ganhou em um sorteio da empresa em que trabalhava e pelo qual teve que arcar com cerca de R$ 10 mil em reparos, não estava registrado no nome da Quadri Contabilidade, conforme documentação obtida por A Tribuna. No entanto, após publicação da matéria sobre o caso nesta quinta-feira (24), a empresa e seu proprietário afirmaram em suas redes sociais que o veículo estava — e permaneceu — no nome da firma.
Larissa ganhou o Jeep Compass em um sorteio promovido pela Quadri Contabilidade, empresa onde trabalhava, localizada no bairro Gonzaga, em Santos. Porém, teve que pagar cerca de R$ 10 mil em manutenções, pois o carro apresentava defeitos. Posteriormente, foi demitida e a empresa retomou o veículo. Agora, ela busca reparações legais.
Os advogados que representam Larissa, Paulo Ferreira e Lenine Lacerda, apresentaram para A Tribuna o documento do carro (veja mais abaixo), no qual consta que o veículo está registrado em nome de um terceiro, chamado Victor (o sobrenome foi preservado por questão de segurança).
Segundo os defensores, o proprietário do Jeep Compass sorteado não possui vínculo societário com a empresa. Ainda conforme o documento, o valor de venda do carro foi de R$ 62 mil — não R$ 100 mil, como divulgado pela empresa, e abaixo do valor de mercado, já que o preço de um modelo 2017 na tabela Fipe é de cerca de R$ 88 mil.

Documento do Jeep Compass sorteado (Reprodução)
Além disso, a defesa de Larissa afirma que o carro foi retomado enquanto ainda estava em processo de transferência de propriedade, ou seja, o Jeep Compass ainda não havia sido oficialmente transferido para o nome da empresa ou de terceiros. Segundo os advogados Paulo Ferreira e Lenine Lacerda, o veículo não tinha condições de passar na perícia: "Estava sendo feito o reparo de lâmpada queimada e outras pendências necessárias para o laudo de comunicação de venda".
Entretanto, em publicação feita nesta quinta-feira (24), a Quadri Contabilidade e seu proprietário reafirmaram que o veículo estava registrado no nome da empresa (confira a nota na íntegra abaixo). Também esclareceram que o valor divulgado de R$ 100 mil baseou-se em versões do modelo disponíveis na época — prática comum, segundo eles, em campanhas motivacionais.

Nota de esclarecimento da defesa da empresa nas redes sociais (Reprodução)
A Tribuna entrou em contato com a defesa da empresa pedindo um posicionamento sobre o assunto, porém, foi informado que não será feito novo pronunciamento sobre o caso, somente na esfera judicial quando oportuno.