Em processo de modernização, Porto de Santos se prepara para nova década

Especialistas citam as habilidades necessárias para quem deseja atuar neste segmento

Por: Da Redação  -  26/01/21  -  21:54
Setor portuário tem novas oportunidades de emprego
Setor portuário tem novas oportunidades de emprego   Foto: Carlos Nogueira/AT

Provavelmente você já ouviu falar no Porto 4.0, que seria a versão mais desenvolvida nos âmbitos tecnológico e operacionalmente de um complexo portuário e seus terminais. Apesar desse cenário, as pessoas continuarão como protagonistas da verdadeira revolução digital do Porto.


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Para o professor da Universidade Santa Cecília (Unisanta) e especialista em gestão de terminais portuários Helio Hallite, esse processo não começou agora. “As grandes mudanças aconteciam lentamente. Nada comparável à celeridade alucinante do século 21”.


É importante ter em mente que o profissional 4.0 do setor portuário será formado por “pessoas com relevância sobre as ferramentas tecnológicas existentes. Conhecer profundamente a sistemática das gestões administrativas e operacionais”.


Vale pensar o ambiente das operações portuárias num cenário de até 30 anos, “Envolve a compreensão do sistema econômico e o desenvolvimento regional e mundial”, diz.


Também reconhecer cada processo que envolva navios, demais modais de transportes e equipamentos e suas evoluções. “O mundo, em breve, não utilizará mais o petróleo como fonte de energia. Navios serão impulsionados pela força dos ventos em conjunto com a energia solar. Sem contar carretas, guindastes autoguiados – realidade em vários portos”.


Para o consultor Hudson Carvalho, é preciso ter mais qualificação profissional. “E entender que o futuro nos reserva a necessidade de enxergar os cargos como elementos da gestão estratégica das empresas portuárias, considerando que eles possuem três dimensões a serem consideradas: a contribuição que gera para os resultados do negócio, as competências técnicas dos ocupantes e as competências comportamentais”.


A pergunta de um milhão


Mas, afinal, quais seriam as novas profissões do setor portuário, resultado dessa intensa revolução? Hallite cita o Fórum Econômico Mundial para chamar atenção à reflexão sobre três situações. “Os dez empregos mais procurados na atualidade não existiam há dez anos. Nos próximos 20 anos, 50% da força de trabalho humana será substituída por robôs e aplicativos e 42% das principais habilidades exigidas pelos empregos de hoje mudarão até 2022”.


Hallite recomenda fazer uma lição de casa. “Responda o que sabe sobre smart ports, green ports, terminal operating system, vessel health monitoring, command centre, cargo and transport tracking, smart parking e gate automation. Não fiquem bravos. Nós, professores adoramos uma lição de casa”, brinca.


Profissional deve ser 'autogestor'


Hoje, as pessoas em todas as empresas precisam se familiarizar com sistemas e isso não é diferente no Porto. Para a psicóloga Rita Zaher, mestre em Administração e especialista em Desenvolvimento Emocional, com o avanço do e-commerce, as questões logísticas se intensificaram.


Para ela, o profissional da nova década também precisa fazer o autogerenciamento, para que se desenvolva numa carreira promissora. “Alguns cargos administrativos estão em home office e uma nova função em alta é o gestor de home office. O profissional precisa saber administrar bem seu tempo e ter responsabilidade total com sua tarefa, fazendo a autogestão”.


Ela cita que isso não dispensa uma boa comunicação e o profissional desta área também é de suma importância. “Muitas pessoas estão distantes e precisam processar as informações de maneira homogênea. É importante ser multifuncional, uma vez que os quadros estão reduzidos e é importante ser protagonista, assumindo as atividades por inteiro”.


Rita frisa ser necessário analisar o mercado, olhar o meio ambiente para novas estratégias e inovar. “Tudo isso é fundamental, uma vez que estamos sob constantes ameaças econômicas, muitas causadas por questões ambientais. Não podemos nos esquecer da importância do comportamento e principalmente da inteligência emocional, pois estamos caminhando a um mercado mais enxuto”.


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