De tuk tuk, motociclista se destaca pelas ruas de Santos

Turistas, noivas, bichos são alguns clientes de Mariana Queija, que é proprietária do primeiro tuk tuk da cidade

Por: Fernando Degaspari & Da Redação &  -  11/03/19  -  17:08
Do desemprego, surgiu a ideia de transportar passageiros. “Conseguindo pagar as contas”, afirma
Do desemprego, surgiu a ideia de transportar passageiros. “Conseguindo pagar as contas”, afirma   Foto: Nirley Sena/AT

Em cada esquina que passa, Mariana Queija atrai olhares curiosos, expressões de espanto e muita simpatia. Ela pilota um tuk tuk amarelo pelas ruas de Santos carregando turistas, noivas, animais para pet shops e, até, levando crianças para a escola.


O curioso veículo, típico de países do sudeste da Ásia, como Tailândia e Índia, foi a alternativa que ela encontrou para driblar o desemprego quando foi demitida da imobiliária onde trabalhava como auxiliar administrativo.


“Surgiu da necessidade. Pesquisando na internet eu achei essa ideia”, conta Mariana, que sempre foi motociclista. “Está dando uma boa renda. Estou conseguindo pagar as contas.”


O tuk tuk é uma moto de 150 cilindradas que tem um carrinho com duas rodas acoplado na parte traseira, o que transforma o veículo em um triciclo. Além do piloto, pode transportar dois adultos e uma criança pequena. Todos usam cinto de segurança e não é exigido capacete.


A capota é de plástico, parecida com a de um buggy. Em dias de chuva, os passageiros ficam protegidos, mas o condutor molha um pouco as pernas, porque a água entra pelos lados. Mariana instalou lâmpadas de LED no veículo, que chamam a atenção à noite.


Clientes


Quando começou, há mais de um ano, Mariana levava a mãe, Ângela, que vende bijuterias, para cima e para baixo. “Aí eu fui agregando serviço. Levando noivas, animais para tomar banho, fazendo passeios turísticos pela orla e pelo Centro Histórico. Já levei até Papai Noel”, lembra, rindo.


A tabela de preços é fixa: corrida comum, R$ 10,00 por pessoa, orla da praia, R$ 30,00 e Centro Histórico, R$ 35,00. Para um evento, Mariana combina antes o preço. Ela já acertou com duas mães para levar e buscar os filhos na escola.


E, a cada esquina, ela ganha clientes. Parada no sinal, um casal de moto encosta ao lado, sorri, e pergunta do serviço. “Quanto você cobra?”, diz o homem. “Tem um cartão com o seus contatos?”, emenda a mulher. Ainda dá para encontrá-la no Facebook e Instagram como Mari tuktuk.


Para oferecer o serviço, Mariana foi atrás de uma licença na Prefeitura de Santos e se registrou como microempreendedora individual (MEI). “Fui em busca, mas ninguém sabe o que é. Fui à Secretaria de Turismo e me falaram que, se a placa for de Santos, posso circular. Mas não existe uma legislação certinha sobre o veículo.”


Mesmo assim, a condutora de tuk tuk lembra que já teve problema com um taxista hostil, por ter relacionado o serviço dela com o de carros de aluguel por aplicativo de celular, como Uber e Cabify.


Logo A Tribuna
Newsletter