As oito escolas de samba do Grupo Especial se apresentaram na noite de sábado (23) e madrugada deste domingo (24), no último dia do Carnaval de Santos 2019. As agremiações agitaram o público na Passarela Dráusio da Cruz, trazendo emoção e muito samba ao espetáculo. A apuração oficial, quando será conhecida a escola campeã, ocorrerá na próxima terça-feira (26).
O aumento no repasse de verbas às escolas foi um ponto comemorado por todos, pois interferiu na “qualidade visual” do que foi apresentado ao público. Nem a chuva que atingiu a Zona Noroeste da cidade no início do desfile conseguiu atrapalhar o espetáculo.
Às 19h23, a Corte Carnavalesca abriu a avenida para receber as escolas de samba de Santos e região com muita animação. As arquibancadas começaram a encher a partir das 22h.
Mocidade
A Mocidade Dependente do Samba abriu o desfile do Grupo Especial. A agremiação trouxe o enredo “A encantaria de Dom Sebastião nas dunas de Upaon-Açu”, homenageando o rei mais jovem que Portugal já teve. A escola, que no Carnaval de 2018 se consagrou campeã do Grupo de Acesso, voltou para o Especial neste ano, em busca de seu primeiro título na categoria.
Desfilando as cores azul, amarelo e branco, a Mocidade entrou na Avenida com 11 minutos de atraso, às 20h11, sob chuva, e se apresentou durante 49 minutos, com 850 componentes e 12 alas. O carro abre-alas contou com uma homenagem ao deus romano que representa o mar, Netuno.
Vila Mathias
A Vila Mathias foi a segunda a se apresentar. O enredo da escola esse ano foi “ A Vila canta Mandela… O caminho da liberdade”, em homenagem ao líder e representante de diversas causas sociais Nelson Mandela. A escola também trouxe à avenida as cores amarela, azul e branca, elementos de raízes africanas e um grande leão no carro abre-alas.
Com 1.200 componentes e 14 alas, a agremiação atrasou 12 minutos e desfilou por 54 minutos. Com enredo sobre igualdade racial, a escola também trouxe inclusão à avenida. Com uma intérprete de Libras traduzindo o enredo em tempo real, a Vila Mathias inovou neste carnaval trazendo, também, pessoas com deficiências para desfilar.
Amazonense
Terceira escola a se apresentar no Carnaval de Santos 2019, a Amazonense trouxe para a avenida o enredo “Guarujá - Guaru-ya, Viagem a Ilha do Sol… A verdadeira pérola do Atlântico”, homenageando sua cidade de origem, Guarujá, sendo a única escola do município a se apresentar. A agremiação também se apresentou com uma intérprete de Libras, que traduziu o enredo.
Apesar de estar a postos desde o início da contagem do cronômetro, a Mocidade Amazonense atrasou oito minutos. A escola desfilou de verde e branco, contou com 17 alas e 1.200 componentes e tomou a avenida durante 52 minutos. Os carros alegóricos homenagearam a natureza presente na cidade de Guarujá. A escola também homenageou os surfistas, com a presença de Rodrigo Koxa, recordista de ondas gigantes que é do município.
União Imperial
Campeã do Carnaval 2018, a União Imperial foi a quarta escola a entrar na avenida. Com o enredo “Respeitável Público, o Picadeiro É Verde e Rosa? É sim, Senhor!”, a agremiação homenageou uma arte popular no Brasil, o circo. Trazendo um enredo diferente e mais ousado, com críticas políticas e sociais, a escola usou as cores verde, rosa e dourada e desfilou durante 52 minutos, com atraso de apenas dois minutos.
A agremiação contou com 1.400 componentes, 16 alas e 3 carros alegóricos. Um dos diferenciais da escola foi um drone em formato de águia que anunciou a entrada da União Imperial na avenida. Com elementos circenses, apresentações e adereços típicos, a escola chegou a distribuir pipoca, para o público ter a experiência completa do circo. O ator e circense Marcos Frota desfilou como destaque, além da dançarina Scheila Carvalho, que foi madrinha de bateria da escola.
X-9
Grande campeã do carnaval santista, a X-9, foi a quinta escola a entrar na Passarela Dráusio da Cruz. A pioneira desfilou durante 53 minutos, tendo entrado com sete minutos de atraso. O enredo esse ano foi “Adoniran Barbosa em: Crônicas da vida – Resiste o Samba; Renasce o artista”, ilustrando a história de Adoniran Barbosa, considerado o pai do samba paulista pelo trabalho como compositor e cantor.
Uma das alas homenageou o time de futebol Corinthians, que tinha Adoniran Barbosa entre seus torcedores. Diversas temáticas de composições do músico também foram homenageadas em fantasias, como “Tiro ao Álvaro”, “As Mariposa” e “Trem das Onze”. Bairros da cidade de São Paulo também foram destacados na apresentação. Com 1.800 componentes e 15 alas, a escola desfilou as cores verde, vermelha e branca.
Unidos dos Morros
A sexta escola a entrar na avenida foi a Unidos dos Morros, com o seu samba enredo “Da Ilha de lá, ao Morro de cá. Aroldo Melodia, a voz que faz o povo sonhar”, homenageando um dos grandes intérpretes do samba-enredo. Aroldo cantou durante 36 anos na União da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, e colocou a escola entre as grandes. Ele ficou imortalizado por sambas como “O Amanhã” e “É hoje”.
Desfilando as cores azul, verde e branca, a escola contou com 1.500 componentes, 16 alas e três carros alegóricos. A agremiação desfilou durante 51 minutos, mostrando temáticas a respeito de religiões afro-brasileiras, misticismo e magia, temas presentes nas músicas do homenageado. O desfile começou com apenas um minuto de atraso.
Sangue Jovem
A Sangue Jovem foi a penúltima escola a passar pela Passarela Dráusio da Cruz, entrando com três minutos de atraso. A agremiação trouxe o enredo “Dos olhos do menino o Fruto Guaraná”, homenagem ao guaraná, fruta típica da Amazônia, que se tornou comum na mesa dos brasileiros, seja nos refrigerantes ou como acompanhamento do açaí.
A escola desfilou com as cores preta, branca e dourada, e trouxe 1.100 componentes, 12 alas e três carros alegóricos para a avenida. A apresentação, com a presença de indígenas, durou 51 minutos, fazendo alusão à cultura da região Norte do Brasil. A Rainha de Bateria da Sangue Jovem não compareceu ao desfile. Já Débora, grávida de nove meses, integrou a bateria.
Real Mocidade
A última escola a entrar na passarela foi a Real Mocidade. A agremiação trouxe o enredo “Real 'mbanda - 110 anos trilhando o caminho da cura”, uma homenagem ao surgimento da religião 100% brasileira, a umbanda. A escola buscou levar uma mensagem de paz e tolerância à avenida.
Com a presença do idealizador da Ação do Coração, Alexandre Camilo, na comissão de frente, a escola de samba entrou na avenida entoando um enredo que prega a tolerância, amor e bênçãos. Outra presença que marcou o desfile da Real Mocidade foi a da repórter da TV Tribuna, Solange Freitas, que fez parte de uma das alas do desfile. Desfilando as cores azul, verde e branca, a Real Mocidade contou com 1.400 componentes e 14 alas. A escola desfilou por 55 minutos, com cinco de atraso.