Em busca de alternativas para amenizar a crise econômica que atinge os artistas da Cidade, a Fundação Parque Tecnológico de Santos (FPTS, órgão vinculado à Prefeitura), a empresa norte-americana Amazon Web Services e o hub de inovação santista Spacemoon estão desenvolvendo o portal de e-commerce Comercializa Santos. Sem eventos, os artistas vêm enfrentando dificuldades em comercializar suas produções.
O objetivo é auxiliar, gratuitamente, micro e pequenos empreendedores autônomos locais na exposição e na venda de seus produtos. A iniciativa é parte do programa santista de retomada econômica, ajudando a impulsionar os negócios locais no período de flexibilização regrada do isolamento social.
Paralelamente, já foi lançado, no início do mês, outro projeto, o Feito em Santos (@feito.emsantos). Ele também visa ser uma vitrine para os artesãos, por meio de uma plataforma no Instagram, e já está dando um apoio aos 93 inscritos.
Doação de recursos
A AWS, multinacional conveniada à FPTS, colabora com a doação de recursos em tecnologia de nuvem, disponibilizando cerca de US$ 10 mil em créditos de infraestrutura virtual. O ambiente de vendas, previsto para iniciar as atividades em até 30 dias, é desenvolvido pelo Spacemoon, também conveniado à FPTS, num investimento colaborativo de R$ 90 mil (sem custos ao erário), que também prevê a manutenção da plataforma pelo período de três meses.
Para se inscrever no programa, o empreendedor terá que acessar o site, quando este for colocado no ar, e preencher o cadastro. Todos os pedidos serão automaticamente encaminhados ao Escritório de Inovação Econômica da Prefeitura de Santos, órgão subordinado à Secretaria Municipal de Governo (Segov), que fará a administração e homologação das solicitações. Todo o processo de inscrição e participação na plataforma é gratuito.
Transações
As transações financeiras realizadas por meio do Comercializa Santos serão firmadas estritamente entre o expositor/vendedor e o comprador do produto, sem participação nos lucros de qualquer dos entes desenvolvedores da plataforma e/ou administradores, que atuam apenas como facilitadores e incentivadores de negócios.
“Por seis meses, aqueles que quiserem aderir à plataforma de vendas não terão custo nenhum”, garante o secretário de Governo, Rogério Santos, ao avisar que esse prazo pode ser estendido.
Para a AWS, fazer parte do desenvolvimento de um projeto como este é extremamente gratificante. “Agora, os comerciantes da cidade de Santos poderão contar com uma plataforma segura para viabilizarem seus negócios, mesmo durante um momento tão desafiador como o que vivemos atualmente. Seguimos comprometidos com o apoio ao Brasil”, afirma Paulo Cunha, diretor geral para o setor público da AWS no Brasil.
Artesãos já têm retorno com o programa
Em menos de um mês do perfil no Instagram, a página Feito em Santo (@feito.emsantos) já soma 2 mil seguidores, com a participação de 93 artesãos. E o feedback, segundo alguns deles, tem sido positivo. Vale lembrar que não é possível comprar pelo perfil, apenas conhecer os trabalhos e fazer contato.
Martha Bitran, 40 anos, é artesã do perfil Mundo Colorido (@mundocoloridom2). Ela confecciona presentes personalizados como bolsas, carteiras e máscaras. Para ela, o Feito em Santos é um primeiro passo para ajudar os artistas, já que todos os eventos do ano foram cancelados. “Desde que a pandemia começou, dei uma ênfase às mídias sociais, e vem dando resultado”.
Isadora Leite, 24 anos, mantém a MilkArte (@milkarte) com seu trabalho em pinturas, como aquarelas, muros e cerâmicas. Ela concorda que o perfil ajuda a valorizar os artesãos, que contam com mais visibilidade. “Foi uma ideia chave para este momento que estamos passando, onde não encontramos nenhuma alternativa a não ser vender on-line”.
Mais do que aumentar as vendas, está sendo importante também o impulsionamento dos perfis de cada artesão. Leonardo Leite, 24 anos, artista plástico e muralista do Estudio Prêo (@estudiopreo), comenta que a ideia foi ótima. “Como sou artista plástico e muralista, minhas obras costumam ser vendidas devagar. É necessário todo um processo de admiração do mesmo”.
Karis Fernandes, autora do Pedra dos Sonhos (@pedradossonhos), onde confecciona acessórios em pedras naturais, também aprova a ideia: “Ganhei seguidores e com certeza deu visibilidade pra minha página. A plataforma funciona como uma vitrine”. Para participar, basta mandar mensagem e fotos à página do Instagram.