Comércio de Santos permanecerá fechado até 7 de abril, diz prefeito

Manutenção das medidas de isolamento social foi reafirmada por Paulo Alexandre Barbosa, após reunião com representantes de segmentos econômicos da cidade

Por: Eduardo Brandão  -  31/03/20  -  02:09
Comércio do Centro de Santos se encontra fechado devido à quarentena
Comércio do Centro de Santos se encontra fechado devido à quarentena   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Apesar do pedido contrário de empresários que temem o encerramento de empresas e demissões em massa, o comércio em Santos permanecerá fechado, pelo menos, até 7 de abril. A manutenção das medidas de isolamento social que recaem às atividades financeiras foi reafirmada, nesta segunda-feira (30), pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), durante reunião com representantes dos diversos segmentos econômicos da cidade.


O encontro, realizado por meio de videoconferência, reuniu lideranças do comércio santista, sindicatos e entidades ligadas ao setor em busca de soluções para amenizar os efeitos da quarentena na economia local. Maior parcela dos empresários defendia a reabertura gradual das lojas; já o Poder Público manteve as regras de isolamento social. Não houve consenso, e novas rodadas de negociações serão marcadas – ainda sem data.


O chefe do Executivo santista explicou que a paralisação temporária das atividades comerciais tem por objetivo minimizar a quantidade de pessoas nas ruas e, assim, reduzir as chances de contágio pela Covid-19. A determinação foi tomada em conjunto com os demais prefeitos da região, a fim de se evitar sobrecarga na rede pública de saúde da Baixada Santista.


“Como prefeito, eu sou o maior interessado em dar a notícia que vamos voltar à vida, flexibilizar a abertura do comércio. Mas ainda não é o momento para fazer isso. Essa postura é para preservar a vida das pessoas”, afirma Barbosa. Em uma live pelas redes sociais, na noite de domingo, o prefeito criticou a realização de carreata na última sexta-feira (27).


Preocupados com a paralisação das atividades, os empresários pediram a reabertura gradual e controlada das lojas. “Afinal, é sobre o pequeno e médio empresário que o problema se agrava. O grande [empresário] tem condições de ter empréstimos. Mas a maioria no comércio [da região] vende o almoço para pagar o jantar”, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista (SinComércioBS), Omar Abdul Assaf.


Ele explica que foi apresentado um plano de reabertura parcial do comércio, obedecendo a normas vigentes das autoridades sanitárias. Entre elas, limitar o acesso de clientes (um a cada 10 metros quadrados), áreas de espera nas filas para pagamento e reforço nas ações de higienização nos ambientes. “O comércio quer abrir, mas sem expor ninguém [ao risco de contágio]. Todo brasileiro sabe, hoje, quais são as maneiras de se evitar a contaminação”, diz Assaf.


Também fez parte do pleito dos empresários a adoção de uma política de incentivos fiscais ao setor. O estímulo, segundo Assaf, seria para manter a folha de pagamento em dia durante – portanto, a manutenção dos postos de trabalho – e aliviar as despesas do setor. Maior prazo para recolhimentos de tributos, redução de impostos e linha de crédito especial foram algumas das propostas apresentadas pela categoria.


ATribuna.com.br apurou que um pacote de benefícios para o estímulo da economia local está sendo finalizado, e o anúncio depende apenas de ajustes técnicos. “Infelizmente, o vírus virou um debate político. E vivemos uma pandemia de susto”, continua Assaf.


Logo A Tribuna
Newsletter