Cidades da região participam do Dia Mundial da Limpeza

A ação foi organizada pela Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de São Paulo, em parceria com prefeituras da Baixada

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  22/09/19  -  18:44
Voluntários na luta pela conscientização sobre o descarte irregular de resíduos no meio ambiente
Voluntários na luta pela conscientização sobre o descarte irregular de resíduos no meio ambiente   Foto: Carlos Nogueira/ AT

“É triste ver todo esse lixo jogado no mar e saber que ele pode prejudicar os animais e o meio ambiente”. A afirmação, em tom de lamento, é do estudante Nicolau de Oliveira Claudino, 15 anos. Ele foi uma das centenas de voluntários que participaram de uma ação realizada em Santos no Dia Mundial pela Limpeza de Praias e Rios.


Eventos do tipo demonstram a importância da consciência ambiental e do combate à poluição. Na Cidade, duarante todo o evento, foram retirados 296 quilos de resíduos.


A atividade ocorreu de forma simultânea em mais de 150 países, cuja meta está atrelada aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que devem ser implementados no mundo até 2030.


Entre as metas, estão assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos, além de assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.


Na prática


Na Baixada Santista, mutirões ocorreram ainda na orla de outros municípios, no mangue no Canal de Bertioga e no estuário do Porto de Santos. Essas atividades reuniram cerca de duas mil pessoas.


A operação de limpeza em massa regional foi organizada pela Marinha do Brasil (MB), por meio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), em parceria com prefeituras.


Nicolau e outros vinte voluntários do Programa Forças no Esporte (Profesp), das Forças Armadas, do 13° Grupo Escoteiro do Mar Almirante Barroso e do 55º Grupo Escoteiro Morvan percorreram áreas de manguezal de caiaque.


Em menos de 10 minutos de atividade, o volume de resíduos retirados do mar impressionava. “Peguei muita garrafa pet, sacolas plásticas, embalagens. Temos que entender que o mar não é depósito de lixo”, ensina o jovem.


Voluntária em diversos mutirões de limpeza na faixa de areia, a estudante Giovana Serrano, 17 anos, participou pela primeira vez de uma remada ecológica. “É importante despertar a consciência ecológica para poder cuidar do planeta”.


O também estudante João Pedro Oliveira, 17 anos, destaca que a preocupação ambiental deve ser comum a todos. “Como ficará o nosso planeta no futuro se continuar a jogar lixo no mar?”, indaga.


O comandante da Marinha e professor do Profesp, Rogério do Nascimento Roque, explica que a atividade ocorreu em forma de gincana, com o objetivo de despertar nos mais jovens a importância da preservação ambiental.


Poluição da terra


Mapeamento do Ministério do Meio Ambiente indica que 80% do lixo que vai para o mar é gerado em terra firme.


O comandante do 8º Distrito Naval (Com8ºDN), vice-Almirante Claudio Henrique Mello de Almeida, argumenta que o problema é gerado por falhas na gestão desses resíduos sólidos e descarte irregular de material no meio ambiente.


O oficial destaca ainda que os resíduos oferecem riscos à atividade comercial do cais santista. “Seria algo gravíssimo interromper as operações do Porto de Santos por conta de lixo”.


As práticas de reciclagem e de melhoria dos resíduos sólidos urbanos foram apontadas como caminho para reduzir o volume de sujeira no mar.


“A limpeza dos rios e mangues é importante, mas apenas pontual perto da conscientização. A ideia da iniciativa é despertar nas pessoas (a conscientização) e, assim, reduzir a quantidade de lixo que vai para as nossas águas”. 


De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, 18% de todo o lixo produzido em Santos é reciclado. 


“Atividades como o Dia Mundial pela Limpeza das Praias e Rios reforçam a mensagem em prol de um meio ambiente saudável e equilibrado”, destaca o secretário Marcos Libório.


Lixo no mar


Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Santos, todo material recolhido somou 296 quilos. Os resíduos coletados foram separados, classificados, pesados e encaminhados para destinação ambiental adequada pela ONG Sem Fronteira. 


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