Cemitérios de Santos apresentam insegurança e problemas aos munícipes

Em todos, nota-se a ausência de placas, quadros e obras. Os criminosos miram itens de bronze e alumínio, pois têm mercado

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  13/09/19  -  17:17
O mato nas campas do Cemitério da Areia Branca chama atenção
O mato nas campas do Cemitério da Areia Branca chama atenção   Foto: Irandy Ribas/ AT

Muitas das campas e ossários dos cemitérios municipais de Santos se tornaram apenas armações de concreto, sem nomes, fotos ou textos saudosos. A falta de informação e de respeito com os que já se foram é decorrente da ação de criminosos. Eles furtam placas e itens de bronze para vender. O resultado: muita história e dinheiro perdidos. 


“Uma placa de bronze custa R$ 350,00. Agora mandei fazer de gesso. Furtaram cinco das seis placas com fotos da campa. Não achei fotos iguais às que estavam lá”, lamenta a pensionista Ester Vieira Barbosa, de 78 anos, que tem familiares sepultados no Paquetá.  


Diferente de Ester, que ainda encontrou imagens para substituir as antigas, o aposentado Fernando Pires, de 54 anos, não teve a mesma sorte. “Nem as fotos do meu avô e meu tio tenho mais. Eram de 1975. É triste. Deveria haver mais segurança na Areia Branca”.  


Em ambos os casos, as vítimas foram indicadas a procurar a Ouvidoria Municipal. A resposta, segundo Ester e Fernando, foi de que a situação seria avaliada, mas nada mudou e os bens furtados não voltaram ao lugar de origem. 


Constatação 


A Tribuna passou pelos cemitérios da Areia Branca, Filosofia (Saboó) e Paquetá. Em todos, nota-se a ausência de placas, quadros e obras. Os criminosos miram itens de bronze e alumínio, pois têm mercado. A pior situação é na Areia Branca, onde outros problemas ficam evidentes. 


“Sempre visito familiares na Areia Branca e a situação é péssima. Há sujeira, mato nas campas e abandono. A Prefeitura não conserva o local”, diz a dona de casa Maria de Fátima de Freitas, de 51 anos.  


Muitas das campas no cemitério estão danificadas e há queixas sobre mosquitos, mato alto e descarte de garrafas de bebidas alcoólicas. “Nada muda, nem mesmo depois da queda do muro (em 2018)”, reforça Maria.  


Prefeitura e Polícia Civil detalham ações 


Em nota, a Prefeitura diz fazer serviços de zeladoria diariamente nos três cemitérios, que também recebem manutenção rotineiramente. O último trabalho deste tipo foi em agosto.  


O Município informa ainda que, na primeira quinzena de agosto, na Areia Branca, restaurou a necrópole Cruzeiro das Almas, cortou a grama de áreas descampadas cortada e aparou o mato sobre jazigos. “Sobre as oferendas, o trabalho inclui o recolhimento destes materiais”, informa. 


Sobre a insegurança, a Guarda Civil Municipal (GCM) pontua que há patrulhamentos preventivos nos cemitérios, com equipes em viaturas durante 24h. Detalhe, inclusive, que ações do tipo ajudam a coibir casos como o de 28 de agosto, no Paquetá, quando uma equipe da GCM deteve um rapaz com peças de bronze retiradas dos túmulos. 


A Prefeitura reforça que os três cemitérios contam com câmeras de monitoramento e a população pode fazer denúncias pelos telefones 153 e 0800-177766. 


Já a Polícia Civil esclarece, em nota, que todos os registros de roubos e furtos em cemitérios são investigados. Há ações em locais suspeitos de receptação de peças furtadas. “O registro do BO é importante para que os casos sejam investigados e os suspeitos, identificados”. 


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