Candidato à presidência da Associação Comercial de Santos, Ronaldo Taboada fala sobre planos

Eleição da tradicional entidade acontece em 6 de março

Por: Ted Sartori  -  26/02/23  -  08:16
Atualizado em 26/02/23 - 15:26
  Foto: Vanessa Rodrigues

Candidato da Chapa 2 (ACS para Todos), o empresário Ronaldo Jamar Taboada é o atual primeiro vice-presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), mas também exerceu outras funções em sua trajetória na entidade. Ele nasceu em 9 de julho de 1958, em Santos. Tem larga e reconhecida experiência no mercado cafeeiro, comandando a Five Star Service Comércio Exterior desde o ano de 1995.


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Qual deve ser o maior compromisso de um presidente da Associação Comercial de Santos?


Talvez a palavra comprometimento possa sintetizar tudo que deve caber a um presidente da Associação Comercial. Comprometimento vem do latim compromissus e, numa visão ampla, vai desde o respeito às normas que regem a instituição até não transigir em relação a princípios como honestidade, impessoalidade, transparência e, principalmente, moralidade. Não cabe individualismo ou interesse pessoal. Ao invés de vaidade, humildade. Paralelamente, impõe-se o compromisso direto com o associado, numa sintonia permanente pelas câmaras setoriais. Do ponto de vista público, sem qualquer poli-tização, é preciso atuar diretamente nos três níveis de Governo, visando contribuir com a solução das grandes questões locais e nacionais.


O que projetar para a ACS nos próximos três anos, período do mandato do presidente?


A proposta para os próximos três anos é desenvolver uma grande ação institucional, na defesa dos interesses do associado, da Cidade e do País. Por sua importância histórica e credibilidade, a ACS tem que participar dos debates que envolvam quaisquer setores de atividade.


Quais são os principais temas ligados a Santos nos quais a ACS deve se envolver? E quais têm de ser acrescentados?


Sem dúvida, o Porto de Santos é um tema para ação permanente, por tudo que representa para a Cidade e o País. A ligação seca entre Santos e Guarujá é outro ponto importante, não é possível adiar mais essa solução. Ela representa desenvolvimento e integração da região metropolitana. O Parque Tecnológico também tem que estar no foco imediato. Tecnologia e inovação estão na ordem do dia.


Como a ACS deve ficar de olho no futuro de Santos? O que a entidade tem de incentivar nesse sentido?


O foco tem que ser o desenvolvimento da Cidade e da região metropolitana. Desenvolvimento pressupõe investimentos em todas as áreas. Nesse contexto, o Porto é fundamental, é o caminho para crescimento de todos os setores, representando desde oportunidades de emprego a circulação de recursos. Cada tema precederá uma conversa direta com a respectiva câmara setorial, para que as decisões sejam colegiadas.


Como a atuação do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Santos (Condesan), criado pela ACS em 11 de dezembro de 2019, pode ser melhorada para esse processo?


O Condesan será fundamental para o desenvolvimento da Cidade. Infelizmente, foi relegado a um plano secundário na gestão atual, decepcionando até os patrocinadores. O Condesan será uma prioridade, já conversamos com os parceiros diretos e vamos retomar de imediato, dentro dos propósitos originais, em sintonia com o Poder Público, mas independente.


Com quais ações a ACS pode colaborar para o desenvolvimento e o crescimento do Porto de Santos?


A ação institucional é o melhor caminho para a ACS colaborar para o desenvolvimento do Porto, por suas representatividade e credibilidade. Na ACS está a grande maioria dos operadores portuários, são eles que transformaram o Porto de Santos no maior da América Latina. É importante ressaltar que o ministro de Portos (e Aeroportos), Márcio França, é da região. Já mostrou nos primeiros dias de gestão que o Porto será prioridade.


Ainda sobre Santos, qual deve ser o papel da ACS na recuperação constante do Centro Histórico da Cidade, tanto estrutural quanto econômica?


A recuperação e a revitalização do Centro são temas importantes no contexto local. É inadiável, sob os mais variados aspectos. Portugal desenvolveu um programa de retrofit que, literalmente, ressuscitou o Centro de Lisboa. Retrofit é uma técnica de revitalização de construções antigas. Seu objetivo é transformar edificações do passado, adaptando-as às necessidades atuais. Recentemente, com sucesso, a Prefeitura de São Paulo lançou grande plano de revitalização do Centro Histórico de São Paulo. A realização de um benchmarking pode trazer resultados positivos. Por fim, recuperação e revi-talização passam pela fixação de pessoas na área central. A transformação de alguns imóveis em moradias populares tem de ser considerada. É primordial envolver a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) em torno desse assunto. Com certeza, ela pode prestar grande contribuição, principalmente em termos de comércio.


Falando em futuro, qual a importância e o que tem de ser feito para a união da tradição de uma entidade secular como a ACS com a tecnologia?


O mundo hoje é tecnologia, com desenvolvimento e evolução permanentes. A ACS em nenhum momento parou no tempo. Tanto é que, por iniciativa de um grande colaborador, que renunciou ao cargo de primeiro secretário por divergir radicalmente da filosofia da atual gestão, a ACS investiu muito em tecnologia, facilitando o acesso dos associados na emissão de certificados de origem, implantando o Sistema Goevo. Nossa proposta é promover debates e trocas de experiência com frequência, a partir da Câmara de TI, para que o associado se mantenha informado de todas as novidades tecnológicas rigorosamente on time. A atualização tem que ser constante.


Qual deve ser o olhar da ACS para a sustentabilidade? Quais os planos a respeito?


O mundo hoje exige velocidade e integração. Quem não acompanhar sofrerá prejuízos. Em nossas propostas básicas de gestão, já divulgadas por A Tribuna, está claro: “Empreender esforços para fomentar e apoiar iniciativas dos associados no âmbito do ESG e da inovação”. O conceito de ESG reúne políticas de meio ambiente, responsabilidade social e governança. Na atual gestão, começamos a desenvolver um projeto para implantação de energia solar no prédio central da ACS, mas, infelizmente, não teve se-quência. Será retomado. Temos há grande exemplo de sucesso de energia solar no Edifício Rubiácea, no Centro. É energia limpa, sem contar o que representa em termos de economia. Na visão macro, é preservar o meio ambiente. Temos que suprir necessidades sem comprometer o futuro. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada em 2015 pela ONU, prevê plano de ação que busca proteger o planeta, promover a prosperidade e garantir a dignidade a todos.


A cultura também faz parte da história da Associação Comercial de Santos. Quais ações nesse sentido têm de ser incentivadas e/ou criadas?


Aos 152 anos, a ACS é um ponto de cultura artística e histórica. Seu prédio central é um grande exemplo de preservação, contribuindo para manter as raízes da Cidade. Tem também grande significado ao setor de café, no contexto da Bolsa de Café, a poucos metros de distância. Nossa meta, dentro do projeto de revitalização da área central, é estimular o turismo histórico, como ocorre em vários países, principalmente na Europa. A ACS está permanentemente aberta à visitação pública, com incríveis atrações, como o Livro de Ouro, registrando visitas históricas como a do imperador dom Pedro I e de vários presidentes da República. As mensagens são emocionantes. Lazer e cultura caminham juntos, incluindo apresentações em nosso auditório, como já fizemos com grande sucesso. Pretendemos também firmar parcerias com escolas públicas e privadas, a partir de nossa Câmara de Ensino, para estimular a visitação à ACS e ao Centro Histórico. Santos é rica em história e cultura. A ACS Jovem, que visa à formação de lideranças, exercerá um papel importante.


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