Candidato à presidência da Associação Comercial de Santos, Mauro Sammarco fala sobre planos

Candidato da Chapa 1 (ACS em Primeiro Lugar), o empresário Mauro Sérgio de Lucena Sammarco é o atual presidente da Associação Comercial de Santos (ACS). Ele nasceu em 18 de outubro de 1975, em Santos. É sócio-diretor das empresas Brazil P&I (correspondente de clubes de proteção e indenização de navios) e da Bowline Marine & Cargo Consultants (consultoria de engenharia e projetos sustentáveis nas áreas portuária e de logística). A eleição será em 6 de março.

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Qual deve ser o maior compromisso de um presidente da Associação Comercial de Santos?

Todos os objetivos, planejamentos e estratégias da entidade são discutidos e deliberados, de forma colegiada, pela diretoria da ACS, formada por destacadas lideranças dos diversos setores que congrega. A representatividade da Chapa 1 ilustra bem isso. Ao presidente cabe orientar e liderar esse colegiado, valendo-se das contribuições e demandas oriundas das câmaras setoriais e associadas em geral, de modo a assegurar que as ações e posicionamentos representem desenvolvimento econômico e social para as suas associadas e região.

O que projeta para a associação nos próximos três anos, período do mandato do presidente?

A ACS vive um momento virtuoso, que é fruto da reestruturação e da modernização implantadas pela atual gestão. A estabilidade e o ambiente gerados possibilitam a criação de uma rede colaborativa sólida, que gerará conexões e benefícios relevantes para o quadro associativo e a sociedade em geral. Eventos de grande importância e sucesso, como os seminários do Café e da Educação, entre outros, serão replicados para todas as demais áreas que integram a ACS.

Quais são os principais temas ligados a Santos nos quais a associação deve se envolver? E quais têm de ser acrescentados?

A ACS participa diretamente das principais discussões da região, como planejamento urbano, emprego, meio ambiente, defesa da cidadania, assim como das pautas das complexas cadeias reunidas no Porto de Santos, por exemplo. Os objetivos a ser perseguidos devem sempre importar em termos de inovação, progresso e desenvolvimento sustentável, e para isso devemos buscar uma maior diversificação de possibilidades e de novos negócios para a região. O desenvolvimento tecnológico e a competitividade serão fatores da nossa atuação.

Como a ACS deve ficar de olho no futuro de Santos? O que a entidade tem de incentivar nesse sentido?

O maior porto da América Latina potencializa Santos como um grande centro de inovação do Brasil. A ACS, juntamente com as universidades, com o Governo e parceiros estratégicos, atuará na exploração desse grande potencial. Tornar Santos um hub de inovação é o legado que essa diretoria pretende entregar.

Como a atuação do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Santos (Condesan), criado pela Associação Comercial de Santos em 11 de dezembro de 2019, pode ser melhorada para esse processo?

Os trabalhos do Condesan continuam em plena evolução. As metas propostas pelos seus nove grupos de trabalho foram absorvidas pela Prefeitura de Santos e estão compatibilizadas na Agenda ODS Santos 2030, plano de ação global que reúne os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável preconizados pela ONU (Organização das Nações Unidas). Trata-se de um programa permanente, que terá agora novas e importantes etapas, com devolutivas e discussões com cada grupo de trabalho, proporcionando ajustes contínuos à medida que se evolui. Em março, a ACS deve formalizar a sua participação na definição das metas a serem cumpridas pelas secretarias municipais, em linha com a referida agenda. Além disso, o objetivo do Condesan nos próximos anos será oferecer projetos de desenvolvimento econômico e social ao Governo.

Com quais ações a ACS pode colaborar para o desenvolvimento e o crescimento do Porto de Santos?

A ACS tem uma posição singular no Porto, por ser a instituição que aglutina os mais diversos setores que compõem o Porto: da carga ao transportador, passando pelos terminais e operadores, a própria SPA (Santos Port Authority, estatal do Governo Federal que administra o Porto de Santos), agentes de carga, despachantes aduaneiros, fornecedores de navios e inúmeros outros prestadores de serviços. Seguiremos pautando as discussões na busca de soluções para temas relevantes, como a urgente implementação de uma terceira opção rodoferroviária para o Planalto, a transferência da dragagem para a iniciativa privada, a implantação do Port Community System e de hub portuário de inovação, a adequação dos recursos físicos e materiais das autoridades intervenientes, a atração de cargas e o aumento da eficiência e da competitividade do Porto.

Ainda sobre Santos, qual deve ser o papel da ACS na recuperação constante do Centro Histórico da Cidade, tanto estrutural quanto econômica?

A ACS discute e apoia os projetos do Governo para a revitalização do Centro, atuando de forma concreta em iniciativas como as que possibilitaram a instalação do Alegra e do Invest Centro no nosso prédio anexo (antiga biblioteca). A ACS luta pela viabilidade dos grandes projetos indutores, como a mudança do terminal de cruzeiros para o Valongo.

Falando em futuro, qual a importância e o que tem de ser feito para a união da tradição de uma entidade secular como a ACS com a tecnologia?

Esse foi o grande desafio da nossa atual gestão. Modernizar a entidade para estar preparada para as exigências atuais e futuras. Além dos investimentos em tecnologia e melhoria de processos e de ganhos de produtividade da instituição, esses temas serão recorrentes e estarão sempre entre as pautas da ACS, de modo a gerar conhecimento e oportunidades. Tecnologia será o tema de um grande evento neste ano, nos moldes dos destacados seminários Internacional do Café e Universidade/Empresa.

Qual deve ser o olhar da associação para a sustentabilidade? Quais os planos a respeito?

A ACS já possui um grupo temático de sustentabilidade que reúne representantes de grandes empresas, focadas nas ações de ESG (sigla em inglês para os termos Ambiental, Social e Governança), o que possibilitou à ACS abrigar eventos significativos, como o Diálogos da Cultura Oceânica, promovido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e que reuniu delegações de mais de 20 países. Políticas de incentivo como a redução de impostos para prédios sustentáveis, empresas verdes etc. continuarão a nortear as pautas da ACS.

A cultura também faz parte da história da Associação Comercial de Santos. Quais ações nesse sentido têm de ser incentivadas e/ou criadas?

A ACS tem, desde os seus primórdios, uma história riquíssima de incentivo à cultura, como a construção do Teatro Guarany (na Praça dos Andradas, no Centro). Nesta gestão, nós recuperamos o nosso Salão de Mármore, que se tornou um espaço cultural em pleno Centro, aberto para todos. A ACS também integra o roteiro de turismo cultural pelo Centro, divulgando a sua importância na história da Cidade. Na próxima gestão, nós vamos realizar ações de apoio à Pinacoteca Benedicto Calixto (no Boqueirão), em especial a construção do Museu de Arte Moderna de Santos.